Achei no mínimo cínica a fala do governador Ricardo Coutinho, ontem, quando mais uma vez terceirizou responsabilidades ao culpar setores da imprensa pela, vejam só, propaganda da violência. Como se precisasse.
Disse ele que tem enfrentado uma perseguição sistemática e, mesmo sem citar nomes, culpou a afiliada da Rede Globo pelo noticiário negativo.
Prestes a fechar o firo e ser o governador com maior controle sobre o noticiário, RC faz o que mais gosta quando inverte os fatos para dissimular ou servir de escada para a jogada seguinte.
Ninguém ousou gastar tanto com propaganda como ele gasta. Nenhum governador teve tantas peças a favor no tabuleiro do xadrez político, como RC tem.
Bom jogador, ele se faz de vítima e elege justamente quem tenta dobrar para barganhar a fatura. A TV Cabo Branco tem feito jornalismo e bom jornalismo conquista audiência.
Tem caído pelas tabelas do Ibope quem faz opção só pelo faturamento, pois o melhor para o financeiro do veículo nem sempre é o melhor para o público e sistemas que só dizem amém para o dono do cofre acabam virando as costas para o povo e, como a audiência também é patrão, o povo zapeia o controle remoto em busca da vida real.
O que vou dizer agora assusta o governador. Não foi nenhum sistema de comunicação que gerou os desgastes na imagem e a quase não reeleição. Eram uns mais, outros menos, mas todos calangos a balançar suas cabeças dizendo sim, meu senhor!
Quem destroçou a imagem da gestão e do gestor foram os mesmos poucos blogs, sites, rádios e colunistas que não se curvaram pelas pressões jurídicas nem financeiras. A verdade é inegociável.
Aliás, devo retificar, hoje somos um grupelho ainda menor, pois alguns ficaram furta-cores e começaram a calanguear e também balançaram as cabeças dizendo sim ao faz de conta girassol.
O amigo aí quer a verdade ou um calanguinho?