De repente o PSD surgiu do nada e foi arrebanhando oportunistas aqui e ali. Criado na hora certa o partido permite que aqueles estejam insatisfeitos onde estão pulem pela brecha jurídica da lei Eleitoral, que só permite troca de partido se o filiado estiver indo para uma legenda nova, como é o caso do PSD.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, é o ícone dessa nova agremiação política que tem na Paraíba o gordinho Rômulo Gouveia como ícone.
Vice-governador desprestigiadíssimo, ele viu no PSD a chance de se manter onde está ou voar um pouco mais alto.
A pergunta é: se o PSD não tem fundo partidário porque é recente, como está se mantendo?
Obviamente que as suspeita de que a Prefeitura de São Paulo é quem financia por vias escusas logo surgiu e Kassab agora ta no olho do furacão.
Do mesmo jeito pergunto: quem financia o PSD na Paraíba? por acaso estaria Rômulo desviando os parcos recursos da desprestigiada vice governadoria para financiar um projeto pessoal?
Na Folha de São Paulo de hoje uma matéria aprofunda essa discussão e o prefeito Kassab, presidente nacional da legenda, rebate as insinuações.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmou nesta segunda-feira (20) que paga do próprio bolso as viagens que faz pelo país para promover a criação do seu novo partido, o PSD.
Questionado durante sabatina da Folha e do UOL como financia a nova sigla, que ainda não foi registrado, o prefeito alegou que a coleta de assinaturas “não tem custos”.
“O trabalho [de coletar assinaturas] não tem custo nenhum. São feitos por vereadores e pela militância”, disse Kassab. “As viagens foram pagas com recursos pessoais”, completou.
Durante duas horas, Kassab respondeu a perguntas de quatro entrevistadores, da plateia e dos internautas.
Eduardo Knapp/Folhapress |
Kassab respondeu hoje a perguntas durante sabatina |
As perguntas sobre sua saída do DEM e a criação do PSD abriram o encontro e Kassab atribuiu sua “infidelidade” ao ex-partido à democracia.
“Fidelidade [partidária] existe, defendo a fidelidade. Mas é normal em uma democracia, quando necessária, uma mudança de partido. O PSD nasce em um momento da democracia que várias lideranças entenderam ser necessária uma nova sigla partidária. O PSD veio para ficar.”
Sobre as irregularidades encontradas nas assinatura de apoio à criação da sigla, incluindo nomes de pessoas mortas e a utilização da máquina pública, Kassab minimizou.
Segundo ele, o caso envolvendo um funcionário da prefeitura foi “uma exceção” as assinaturas de mortos se devem a “inocência de algum militante”.
O prefeito ainda deu “nota 10” à sua administração, “pelo esforço e pela vontade de acertar”. “Erros, o tempo dirá se poderíamos ter feito melhor.”
TRANSPORTE
Alvo de protestos desde que reajustou a tarifa do ônibus na cidade de São Paulo no início do ano, o prefeito Gilberto Kassab voltou a dizer que a cidade tem uma das passagens mais baratas do país.
“São Paulo tem a tarifa mais barata do Brasil. Temos percursos longos, em que as pessoas fazem trajetos de até 3 horas por R$ 3”.
Para Kassab, que citou as obras do Expresso Tiradentes como uma das alternativas para resolver a lentidão nos corredores de ônibus, o Metrô seria a saída para o transporte na cidade. Ele, no entanto, não detalhou os investimentos para a área.
Ele ainda afirmou que tem como plano ampliar as ciclofaixas na cidade, vias especiais para bicicletas. A ideia da prefeitura é montar as ciclofaixas também durante um dia da semana por mês, além dos domingos. O prefeito, no entanto, não deu prazos para colocar o plano em prática.
SAÚDE
Durante o evento, Kassab defendeu parcerias com entidades privadas para a área da saúde e prometeu cumprir metas na área, como a construção de mais leitos na cidade.
“Existia um movimento no Brasil questionando as organizações sociais. Mas o tempo mostrou que as parcerias não deveriam ser questionadas, mas sim os parceiros”, afirmou o prefeito, defendendo as OS (Organizações Sociais) na gestão da saúde municipal.
DROGAS
Kassab elogiou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por conta da discussão sobre a descriminalização de drogas, mas disse que é contra. Ele aproveitou para falar do projeto da Nova Luz, região do centro da capital paulista que concentra grande número de usuários de crack. “É o maior projeto de reconstrução urbanística do mundo.”
O prefeito defendeu mais liberdade de abordagem dos agentes públicos aos usuários de crack. “Fizemos mais de 150 mil abordagens na cracolândia nos últimos anos.” Kassab diz que região da cracolândia passará por reformulação, e que o problema é de saúde pública.
Durante o encontro, o prefeito disse também que nunca fumou maconha. “Se você me der um cigarro, nem sei tragar.”
EDUCAÇÃO
Questionado sobre promessas de campanha não cumpridas, o prefeito alegou ser “natural” os planos de metas não estarem concluídos.
Sobre acabar com as filas para mães que tentam matricular seus filhos em creches, Kassab disse que qualquer prefeito tem o desejo de concretizar a promessa, mas lamenta não ter conseguido.
Segundo ele, a cidade está investindo para construção de mais unidades. Ele afirmou também que professores da rede municipal de São Paulo têm os melhores salários do país.
SABATINA
Durante duas horas, Kassab respondeu a perguntas de quatro entrevistadores, da plateia –que pode enviar questões por escrito– e dos internautas, que puderam acompanhar a transmissão ao vivo do evento e fazer suas perguntas pelo Twitter, com a hashtag #sabatinakassab.
Os entrevistadores foram Ricardo Balthazar, editor de Poder, Denise Chiarato, editora de Cotidiano, Mônica Bergamo, colunista da Folha, e Diogo Pinheiro, editor do UOL Notícias.
Engenheiro e economista, Kassab foi secretário municipal do Planejamento de São Paulo e deputado federal.
Vice-prefeito de José Serra (PSDB) desde 2004, ele assumiu a prefeitura em 2006, quando o tucano se licenciou para concorrer ao governo de SP. Em 2008, Kassab foi reeleito para o cargo.