Os argumentos utilizados pela oposição não conseguiram modificar a o valor de R$ 545 aprovado para o salário mínimo, na noite desta quarta (23). Vitória para o Governo que apresentou ainda uma emenda para retirar do texto a permissão de reajustes por decreto até 2015 o placar foi de 54 a 20 a favor do texto proposto.
Essa emenda estabelece uma política de reajuste até 2015 e assegura à presidente Dilma o poder de fixar os próximos reajustes do mínimo por meio de decreto. Pelo texto-base do projeto de lei do governo, a fórmula de reajuste do salário mínimo entre 2012 e 2015 será composta pela inflação do ano anterior e pelo Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto de todas as riquezas do país) de dois anos antes, conforme negociado com as centrais sindicais.
Guerra de farpas acalorou os discursos. Parlamentares da oposição faziam sucessivos questionamentos à possibilidade de sobrevivência da família brasileira com o valor aprovado. O principal opositor foi o senador Itamar Franco (PPS-MG), que se utilizou da fala de um presidente para afirmar “com um salário mínimo, daria um tiro na cabeça”.
A justificativa para o aumento real de 0,37% no mínimo é o impacto que causaria na economia do país para cada R$1 a mais. No entanto, causou revolta à população a decisão dos deputados e senadores que aumentaram o próprio salário para R$ 24.600,00 que corresponde a cerca de 70 salários mínimos. Isso representa um aumento na despesa do Congresso de R$ 110.000.000,00.
Resta ao assalariado, que não pode acrescentar um centavo ao próprio salário, escutar um certo parlamentar dizer que é impossível viver com um salário menor que o dele.