Raoni Vita, candidato a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Paraíba (OAB-PB), concedeu entrevista ao programa 360 graus na última quinta-feira (27). Na ocasião, ele falou sobre suas pretensões ao cargo, cujas eleições acontecem em novembro deste ano, e declara que a atual gestão da OAB-PB abandonou os seus associados.
“A advocacia de Cabedelo a Cachoeira dos Índios, a Cajazeiras, a seção mais distante de João Pessoa, foi completamente abandonada. E nós precisamos resgatar esse papel, do contato da OAB com a advocacia, para que a advogada e o advogado possa se sentir representado. E a palavra de ordem é representatividade”, manifestou.
O advogado acredita que o enfraquecimento da cadeira da presidência na Paraíba, que se distanciou da representatividade, motivou a perda do diálogo entre os atores envolvidos na sociedade. Além da perda de contato com a advocacia do Estado, ele ressalta que o órgão também abandonou as lutas sociais. “Perdeu a vanguarda das grandes lutas”, destacou Vita.
“Sequer a OAB é convidada para debater com o Tribunal de Justiça quando mudanças bruscas são feitas na gênesis dos problemas do judiciário. O Tribunal de Justiça normalmente convoca o Ministério Público e a Defensoria Pública. E a OAB, infelizmente, por ter perdido essa representatividade não é chamada”, pontuou.
Raoni Vita frisa que é necessária a alternância de poder na OAB-PB, para que um olhar inovador possa geri-la e modernizá-la. “Nós temos uma instituição ainda muito arcaica, vinculada a estigmas do passado e precisamos modernizá-la, dotá-la de tecnologias”, revelando ainda que caso um advogado do Sertão paraibano queira dar entrada em um pedido de auxílio, precisará se deslocar até João Pessoa para protocolar a solicitação.
“Como é que em ano de pandemia nós temos uma instituição que só pensa em cifras, só pensa em arrecadar e não pensa no bem-estar da advocacia?”, ponderou Vita, ao citar que foi exigido que os associados estivessem adimplentes na recente vacinação contra o H1N1. De acordo com ele, o órgão recebeu valores do Conselho Federal para fazer suprir as demandas essenciais.
A sua candidatura à presidência da OAB-PB é apoiada por grandes nomes dentro da instituição. “Quem pensa diferente da atual gestão tem que estar unido”, considerou Raoni.
“Nós queremos construir de forma coletiva e colaborativa com toda a advocacia. Estamos fugindo dessa lógica dos grandes nomes, de grandes escritórios. Eles têm que participar do processo mas, sobretudo, queremos trazer a advocacia que nunca foi ouvida para dentro desse processo”, expressou, evidenciando também que sua candidatura representa um grupo que se movimenta há vários meses objetivando mudanças para a Ordem.
Raoni Vita busca construir uma nova OAB-PB, com ideais de coletividade e colaborativismo. “Queremos que a advocacia que nunca participou venha para o centro do processo eleitoral”, completou.
Assista à entrevista completa: