Wilson Santiago gosta de interagir com jornalistas. Você coloca uma nota citando-o positivamente ou negativamente e ele retorna para acrescentar ou fazer ressalvas. Pra ele, interlocução é tudo e não à toa circula bem entre os formadores de opinião.
Bastou eu escrever um artigo sobre os boatos de que estaria a serviço de Ricardo Coutinho nesse episódio do racha do PMDB para ele ligar e numa conversa de mais de meia hora me explicar que não procede.
Eu estava almoçando lá no Bodódromo de Campina, ali no Zepa, e tinha na mesa vizinha o intrépido vereador João Dantas, do PSDB, adversário da gestão Veneziano e isso limitava minha argumentação, pois não queria vazar os argumentos em off e em on que ele me confiava.
Ouvi atentamente as suas ponderações para o desfecho inimaginável dessa batida de chapa com Zé Maranhão e vou repassar agora o que achei mais interessante para trazer luz às trevas dessa disputa desinteressante para o PMDB e até para oposição.
Antes, devo contar que logo após o término do primeiro turno estive conversando demoradamente com Gilvan Freire, Helder Moura, Zé Maranhão e Wilson na casa do ex-governador e que naquele momento percebi que o consenso partidário já estava por um fio.
Voltando a ligação que recebi ontem do senador em litígio destaco a frase onde ele diz que “não é interessante para o PMDB uma cisão na véspera de um segundo turno, quando todas as lideranças deveriam está empenhadas em ajudar Veneziano a eleger Tatiana em Campina”.
E dessa frase ponderei se as escaramuças não convergiriam para um consenso em dezembro, data da convenção, e ele me disse que aceita ser presidente do PMDB por apenas um ano apesar de o estatuto prever mandato de dois, e sugere o nome de Maranhão para presidir o partido no processo sucessório de 2014.
Voltando a polêmica de que estaria a serviço do governador para arrebatar o PMDB das mãos de Maranhão, Santiago me contou que se estivesse agindo assim não teria colocado o deputado federal Manoel Júnior como seu vice, pois este é sabidamente adversário ferrenho de RC.
Wilson sequenciou nossa conversa elogiando Maranhão e sua história, mas vez por outra alfinetava que o PMDB precisa se renovar, se democratizar, insinuando também que Maranhão pode até ser o presidente, mas que deve haver uma composição ampla na formação do diretório.
Particularmente, acho que antes de dezembro a fumaça branca anuncia a paz dentro do PMDB.Caso contrário, se enfraquecerá em mil pedaços e isso só interessa ao Palácio da Redenção.
Antes de finalizar faço questão de publicar um desabafo de Wilson Santiago: “só registramos chapa quando percebemos que não estávamos sendo ouvidos” .
Deduzo que Wilson Santiago agiu como menino sambudo, que chora para ter atenção. Agora que já teve toda atenção necessária da mídia e dos filiados do PMDB deve sentar para fazer o que mais sabe: compor, conciliar.
Quando um quer dois não brigam.