O aumento da violência também amplifica por 100 os riscos de quem combate na rua a bandidagem. Os velórios que se multiplicam entre os civis, chegam aos militares e assusta. Não é vídeo game. A Paraíba tá perdendo a guerra contra o crime. Em 40 dias dois policiais foram assassinados.
Ontem foi um jovem tenente que atendia pelo nome de Ulisses e sua família sentirá a dor da perda e lamentará por décadas. Para eles a vida nunca mais será a mesma.
Todos os dias Joãos e Marias são vítimas de latrocínios, estupros e todos os tipos de violência. Mas, ninguém imagina um policial vítima dessa onda. Quem combate de frente corre mais riscos que os escolhidos aleatoriamente para virar estatística de boletins de ocorrências.
De quem é a culpa? Pergunta a mãe ao lado do caixão do filho. Do estado, respondo eu. Constitucionalmente cabe ao estado prover segurança pública. Também educação gratuita de qualidade e saúde.
Na Paraíba, o governo Ricardo Coutinho capenga nessas três áreas, mas é na segurança pública que a coisa corre frouxa. E aí as vítimas da violência se multiplicam, sejam entre a população ou entre a corporação.
A incompetência do secretário de Segurança Pública Cláudio Lima, o erro estratégico da política pública para o setor e a insistência do governador em manter o que não deu certo, gerou a situação que baleou o tenente Ulisses pelas costas.
Uns dirão, culpa dos direitos humanos. Outros dirão, fatalidade. Eu digo que mais Ulysses tombarão enquanto o governador Ricardo Coutinho não tiver pulso para declarar guerra total a criminalidade, com tolerância zero em todos os sentidos.
Pistolas, coletes, viaturas e helicópteros precisam de alguém bem pago por debaixo da farda, em número maior e bem comandado. E isso – que diga agora a família do tenente Ulisses – nossa segurança pública não tem.
Ou sai Cláudio Lima ou novos e novos civis e militares serão enterrados nos próximos meses.