No dia de sua posse, na sexta-feira (1), a prefeita de Bayeux, Luciene Gomes (PDT), causou polêmica ao colar pessoalmente, na porta de um hospital da cidade, um cartaz onde orientava que os funcionários da unidade tratem bem as pessoas. No texto, a prefeita ressalta que eles são pagos com recursos públicos e divulga um número para denúncia, caso algum usuário se sinta maltratado.
O aviso tem sido bastante discutido na classe médica e já está sob análise do Conselho Regional de Medicina (CRM-PB) e o Sindicato dos Médicos da Paraíba (Simed-PB). No entanto, ainda não há previsão para o posicionamento dos Conselhos.
Para o médico otorrinolaringologista Adriano Sérgio Freire Meira, que é 1º secretário do Simed-PB e do Conselho Federal de Medicina, a atitude da prefeita é considerada assédio moral aos profissionais de saúde. Na opinião dele, funcionário público ruim existe e deve ser combatido em qualquer área, seja no serviço público ou no atendimento geral. “Atendimento humanizado, bom, faz parte do comércio, do servidor público. O problema é que, simplesmente, é uma nota demagoga porque ela diz: me denuncie porque quem não quiser, saia daqui”, afirmou.
Ainda de acordo com o médico, a atitude de Luciene Gomes coloca todos os profissionais no mesmo ‘bolo’. “A gente sabe que vários profissionais ficaram sem receber nos último anos em Bayeux com essas mudanças de gestão e não deixaram de atender a comunidade”, ressaltou.
O profissional destacou ainda que pelo princípio geral da ampla defesa e do contraditório, “se um médico ou qualquer profissional saúde não está atendendo bem, o administrativo tem que abrir processo, ou seja quer dizer que o administrativo não existe nas unidades? Não existe cargo comissionado para tomar conta de lá?”. O médico Adriano Sérgio também questionou os motivos da gestora pedir que apenas atitudes em relação ao atendimento por parte dos profissionais sejam delatadas a prefeita, excluindo os casos de falta de medicamentos, equipamentos ou pagamento dos servidores.
Confira o cartaz na íntegra: