Na manhã desta terça-feira (22), o prefeito do Rio de Janeiro, Marcello Crivella (Republicanos), foi preso em operação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). O empresário Rafael Alves e o delegado Fernando Moraes também foram detidos. O ex-senador Eduardo Lopes também é alvo da operação mas não foi encontrado em casa.
A ação é um desdobramento da “Operação Hades”, que investiga um suposto ‘QG da Propina’ na Prefeitura do Rio.
Em setembro deste ano, Crivella foi alvo de mandados de busca e apreensão em sua casa e em seu gabinete no Palácio da Cidade.
O ‘QG da Propina’ seria comandado pelo empresário Rafael Alves, amigo de Crivella. Trocas de mensagens indicaram, para o Ministério Público, que o prefeito tinha ciência das ilegalidades supostamente cometidas no município. Até hoje não havia denúncia formalizada.
As investigações iniciaram em 2018, com base na delação do doleiro Sergio Mizrahy. Ele apontou Alves, ex-dirigente do Salgueiro e da Viradouro, como o responsável por cobrar propina na Riotur, empresa municipal de turismo que era presidida até março por seu irmão, Marcelo Alves.
Em algumas mensagens, Rafael Alves chegou a dizer que ele fez o irmão presidente da Riotur, e que possuía a “caneta”, pois dava as ordens na prefeitura do Rio, fazendo a nomeação de quem quisesse para cargos e escolhendo as empresas que iriam fazer contratos com a prefeitura. Dessa influência que surgiriam a propina e extorsão de empresários que queriam fazer contratos com a prefeitura. Segundo as investigações, empresas que tinham interesse em fechar contratos ou tinham dinheiro para receber do município entregariam cheques a Rafael Alves. Em troca, Rafael facilitaria a assinatura dos contratos e o pagamento das dívidas.
Os mandados são cumpridos pela Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro (CIAF) da Polícia Civil e do Geocrim, do MP-RJ. A decisão é da desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita. Além da Região Metropolitana do Rio, uma das buscas acontece no Porto do Frade, em Angra dos Reis, no Sul Fluminense, para apreender uma lancha de 77 pés que pertence a Rafael Alves.
Eduardo Lopes foi senador do Rio pelo Republicanos, ao herdar o cargo de Crivella, e foi secretário de Pecuária, Pesca e Abastecimento do governador afastado Wilson Witzel.