Estava eu esta semana no Cachorro Quente do Zé, na Esperança, Manaíra, quando ao me dirigir ao caixa fui abordado por uma pessoa que me observava dentro daquele comércio e ao perceber que eu estava de saída me atalhou no caminho da porta, disse que era meu fan e, do nada, foi logo dizendo que sabia quem mandou matar e quem matou o radialista Ivanildo Viana.
Para ser mais preciso, o fato aconteceu quinta a noite, dois dias antes do aniversário de morte do amigo, e já na sexta eu fiz questão de registrar o ocorrido num grupo de Zap onde estão amigos jornalistas de confiança.
Falando baixo e bastante seguro do que estava dizendo, o personagem de aproximadamente 50 anos estava acompanhado da esposa, o que me leva a crê que não me seguiu até ali para me abordar num momento adequado.
O MANDANTE
“Leio e gosto muito do seu blog, principalmente de uma matéria recente sobre….”
Me permitam a reserva da informação, que vou guardar em off, por enquanto, pois não quero acusar duas pessoas sem ter provas concretas do envolvimento.
O argumento do denunciante me pareceu bem lógico e ele contou com algum detalhe os motivos do mandante, pessoa com inserção no mundo político, mas que não tem e nem nunca disputou mandato e apenas gravita em torno do poder político e tem intimidade com autoridade da área de segurança.
Desde que soube do assassinato de Ivanildo que desconfio que foi execução a mando.
Fui no seu velório e no seu enterro, escrevi artigos, invoquei a solidariedade dos sindicatos da categoria, mas nunca imaginei que uma informação tão próxima da realidade me chegaria assim meio que – acredito eu – de forma espontânea.
O EXECUTOR
Perguntei ao interlocutor se ele era policial, observei que seu cabelo tinha uma corte de oficial, mas também pode ser um policial civil.
Ele não buscou o anonimato para me contar o que me contou, mas no entanto pediu off, demonstrando conhecer nossa linguagem jornalística.
Quem contou o que contou sobre o comando que antecedeu a execução de Ivanildo, os motivos, a trama, sabia o que estava me contando e com riqueza de detalhes crível.
Agora entendo os motivos de a investigação não chegar a canto nenhum.