EXCLUSIVO – Gostaria de logo no início deste artigo manifestar a minha preocupação com o comportamento de grande parte da mídia, que finge que as denúncias feitas por mim, Helder Moura e Rubens Nóbrega, sobre um “processo perdido” na secretaria de Saúde do Estado e que entre outras coisas trouxe à tona um email do desembargador Joás de Brito Pereira ao governador Ricardo Coutinho pedindo tratamento especial para sua esposa e para o seu cunhado, e também anotações suspeitíssimas de próprio punho do governador recomendando alguém indicado pelo conselheiro Nominado Diniz para um cargo público, não existem.
Preocupo-me com a apatia forçada dos grandes meios de comunicação, mas não me surpreendo. O medo de noticiar algo que compromete a carreira de um desembargador e de um conselheiro do TCE é grande, mas se fosse para detonar um pobre em um desses programas policiais que fazem do mundo cão notícia, todos estampavam em manchetes.
Investiguei e cheguei a uma conclusão sobre a denúncia que fizemos: o desembargador não é o primeiro e nem será o último; Nominando Diniz não é o primeiro e nem será o último; Ricardo Coutinho não é o primeiro e nem será o último. Nos bastidores do poder há mesmo estes laços cruzados multiplicando interesses desde sempre e em todos os governos.
A novidade é um governador deixar vazar e expor publicamente quem estava encoberto por um manto de dúvidas. O governador é o culpado e quebrou o vaso de cristal ao tornar público intimidades políticas.
O desembargador apesar de eticamente impedido estava apenas fazendo o que lhe parecia comum a quem tem o privilégio de uma relação com o poder em uma sintonia mais afinada.
Intercedeu em nome dos seus para que não fossem demitidos como qualquer cidadão em situação privilegiada faria tendo essa chance de interação.
O conselheiro Nominando Diniz tinha o protegido João Parente Neto (conforme o contracheque abaixo) nomeado no governo Maranhão e também se aproveitou da relação privilegiada para evitar que o filho de Iana Parente ( veja anotação no contracheque abaixo), sua secretária particular lá no TCE, perdesse a boquinha.
Outra coisa que me incomoda é o silêncio dos poderes atingidos. O Tribunal de Justiça não emitiu nenhuma nota desmentido ou de solidariedade; o TCE idem.
Soube que a OAB se pronunciará nesta quarta feira e por volta das 22 horas liguei para o seu presidente, Odon Bezerra, mas ele não atendeu. Odon, por coincidência, concorreu com o desembargador Joás e ficou como o primeiro da lista tríplice.
Postei no twitter perguntas dirigidas ao governador Ricardo Coutinho e assim que ele responder eu repercuto aqui.
Cá pra nós, o filho da secretária do conselheiro Nominando Diniz foi nomeado em janeiro como assessor do secretário de Administração, Gilberto Carneiro, o homem que formatou e anunciou a demissão dos mais de 30 mil servidores. Que coincidência!
Em tempo: o deputado petista Anísio Maia promete distribuir cópias do processo com deputados nesta quinta e o líder da oposição, André Gadelha, me garantiu que vai trabalhar para conseguir as 12 assinaturas para instalar uma CPI.
Soube que entre os 15 da oposição tem uns batendo pino.