Sempre ouvi dizer que a duplicação da BR 101, interligando Recife, João Pessoa e Natal, compartilharia conosco a violência destes conglomerados urbanos.
Dito e feito. O terror vivido por quem mora em Parnamirim ou Natal, Paulista, Abreu e Lima, Olinda e Recife, chegou por aqui.
E, convenhamos, chegou em nosso pior momento. Além de o pessoense continuar com hábitos provincianos – cadeira na calçada a noite para conversa em grupo e outras displicências -, a Polícia anda desmotivada.
O que fazer? O comércio de segurança eletrônica disparou e a toda hora alguém quer comprar cerca elétrica, sensores e criar um cachorro brabo. Mas será que isso resolve?
Remedia, mas não resolve, pois a bandidagem também se recicla.
No feriado da Semana Santa em assassinatos superamos Fortaleza, Recife, Natal e Maceió. Eu sei que parece piada, mas a metrópole bicho papão exibe índices melhores do que os nossos. Isso mesmo, São Paulo tem a violência em queda, João Pessoa em ascenção.
A proliferação do crack amplifica os delitos pequenos e incha as estatísticas de assassinatos.
O traficante de crack domina o usuário, que se mata aos poucos e para obter a droga rouba pequenas coisas; mas eles também se matam entres si em disputas pelo controle de pontos e na cobrança de dívidas.
Só a sociedade civil organizada é capaz de barrar a violência na Paraíba. A história mostra que sempre que o governo perde as estribeiras, como RC perdeu ao não tratar como devia a PM, só o exercício pleno da cidadania é capaz de reverter o quadro negro.
Vamos pras ruas pedir paz e ao mesmo tempo vamos fazer a nossa parte no microambiente em que vivemos.
A violência é uma doença e a sociedade organizada é a cura.