Duas coisas em que não acredito, mas que podem contrariar todos os sinais em contrário e acabar acontecendo, apesar de praticamente impossível.
Fala-se na indicação do deputado federal Aguinaldo Ribeiro para o Ministério das Cidades, o que já vem sendo considerada pela imprensa nacional como “uma puxada de tapete”, como definiu Cláudio Humberto em mais de uma dezena de jornais do País onde sua prestigiada coluna é publicada, referindo-se ao fato de Aguinaldo conspirar pela queda do atual ministro Mário Negromonte, também do PP.
Circularam uma nota ontem sobre um pré-acordo entre o PT, o PP e PSC, mas uma articulação meio esdrúxula e que põe no mesmo balaio de gato a ala petista comandada por Rodrigo Soares, o que sobrou do Grupo da Várzea sob o manto do PP e um Marcondes Gadelha doido que Aguinaldo assuma para o filho Leonardo ascender à condição de titular do mandato de deputado federal.
Confirmada essa intenção em coligação, duas candidaturas seriam implodidas em Campina Grande e o presidente da Câmara de João Pessoa, Durval Ferreira, arremessado para o campo da oposição sistemática a Ricardo Coutinho e Luciano Agra na Capital.
O Jornal O Globo deu a pista sobre o destino da conspiração para alçar Aguinaldo à condição de Ministro quando fez alguns esquecidos lembrarem-se que Aguinaldo responde processo por improbidade no STF por ter autorizado despesas na ordem de quinhentos mil reais sem licitação a época em que era secretário de Agricultura.
Como pode Rodrigo Soares querer levar o PT que se purifica para uma aliança que trará junto consigo mais de 150 anos de estórias mal contadas e que pode a qualquer momento fazer saltar esqueletos do armário?
Eu sei que depois que Ricardo Coutinho se jogou na lata do lixo ao se aliar a Cássio e o DEM de Efraim Morais, quase ninguém mais liga para essas incongruências políticas, mas é sempre bom lembrar que Rodrigo quer estabelecer convivência entre quem nunca deixará de está sob suspeita de ações nefastas, trabalho escravo e infantil na zona canavieira, cooperativismo falso em Campina, recebimento de 20 mil reais na conta pessoal no escândalo das ambulâncias e, o que é mais aberrante, combate as ligas camponesas e a gente como a inesquecível líder sindical Margarida Maria Alves e o líder João Pedro Texeira, esse último foi tema do filme de reperussão internacional “Cabra marcado pra morrer”.
Como pode a ex-guerilheira Dilma querer acampados em frente ao seu Palácio do Planalto os movimentos de mulheres do campo protestando contra a indicação de um ministro cujo nome é Aguinaldo Veloso Borges e que ao ser citado traz junto consigo pedaços da história de lutas contra a ditadura e uma elite insana em que os líderes camponenses Margarida Maria Alves e João Pedro Texeira tombaram vítimas de pistolagem?
Entendo a preocupação de Luciano Cartaxo em querer formar um palanque para se viabilizar na Capital, mas se não se preocupar com a qualidade vai acabar virando um balaio de gatos e se descaracterizar, como aconteceu com o PSB.
Em um momento em que Guilherme Almeida se viabiliza pelo PSC em Campina e Alexandre Almeida pelo PT, também naquela cidade, seria um erro estratégico sufocar esses dois expoentes só para garantir o tempo de guia de quem não tem e aí o PT pró Ricardo Coutinho teria argumentos de sobra para atacar a tese da candidatura própria em João Pessoa, pois se em Campina Alexandre não poderá ser em João Pessoa Cartaxo não será.
No frigir dos ovos insisto na tese de que nem Aguinaldo será ministro, do mesmo jeito que essa aliança PT/PP/PSC não se concretizará.
E, cá pra nós, só dois levariam vantagem: Daniella, que, desesperadamente, precisa de tempo de guia e isso o PT tem, e Leonardo Gadelha, que ganharia um mandato de deputado federal com Aguinaldo sendo ministro.
Mas, entre o projetado e o acontecido há uma distancia e pelo meio uma Marcha das Margaridas e sobre isso o serviço de inteligência já alertou Dilma.
Para refrescar a memória, abaixo alguns vídeos sobre Margarida e João Pedro Texeira.