Nem Janet Clair redigiria um roteiro com tanto suspense e a novela da LOA ganhou novos capítulos, pois politicamente correta será submetida ao povo em audiências púbicas e restará à base governista espernear.
E por que espernear? Quem vacilou foi o governo, que sob orientação jurídica do Procurador Geral do Estado, Gilberto Carneiro, quis fazer gracinha com o duodécimo da Defensoria e acabou levando uma canetada do STF.
O esperneio político ou jurídico fica para quem, não tendo mais nada a fazer, quer a firula, jogar para a platéia. E o governo está de mãos atadas.
É que pela primeira vez o governador Ricardo Coutinho ficou preso numa armadilha em que costumava encurralar seus oponentes.
Desde a juventude RC vencia debates com uma estratégia muito simples. Botava os interesses coletivos entre ele e seus adversários. E, claro, sagrava-se como vencedor, pois tinha o apoio da maioria numa discussão em que o outro lado estava defendendo uma proposta que ia de encontro à maioria.
A pergunta é simples de fazer para sabermos de qual lado a população vai se posicionar. Você concorda que o governador retire mais de 15 milhões da Saúde e mantenha a Comunicação com mais de 70 milhões para gastar em apenas cinco meses? E logo em seguida os deputados perguntarão a opinião pública: devemos remanejar dinheiro da Comunicação para a Saúde?
E a população obviamente ficará a favor do remanejamento e o governo com menos dinheiro para fazer sua propaganda.
Afastada a hipótese de a folha atrasar, pois o pagamento dois servidores está assegurado por Lei, RC começa 2014 numa briga desnecessária e desigual, cuja colheita é impopularidade.
O feitiço virou contra o feiticeiro.