Na tarde de ontem, representantes da Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória do Estado da Paraíba realizaram uma reunião com o superintendente da Polícia Federal do Estado, Nivaldo Farias de Almeida. O objetivo do encontro foi solicitar acesso aos documentos da instituição para que possam ser realizadas pesquisas sobre o período da ditadura militar na Paraíba. Segundo o presidente da comissão, professor doutor Paulo Giovani Antonio Nunes, a conversa foi proveitosa.
“Eles disseram que existe material e nos deram livre acesso, tanto em João Pessoa quanto em Campina Grande, para vermos o que pode haver de interessante, relativo a interrogatórios de militantes políticos durante a ditadura. Precisamos apenas agendar a data para a visita”, comentou, observando que após as buscas nos arquivos, serão desenvolvidos trabalhos com os documentos encontrados.
“Queremos que eles façam parte do relatório que iremos entregar no fim da comissão, em março de 2015. Além disso, pretendemos digitalizá-los para que fiquem no Memorial da Preservação da Democracia da Paraíba, que funcionará na Fundação Casa de José Américo e ficará à disposição da população”, afirmou.
Membro da comissão, a professora doutora Lúcia Guerra se disse entusiasmada com a autorização da Polícia Federal. “Foi uma atitude muito positiva e até me surpreendeu, porque já tivemos outras negativas. Essa abertura é muito boa, até pela importância destes documentos históricos. Estamos com grandes expectativas”, observou.
De acordo com ela, a comissão continuará insistindo para conseguir permissões de acesso a outros arquivos, como os do Exército. “Vamos persistir e argumentar. A Comissão Nacional tem até mais peso que a estadual, mas está terminando o mandato. Eles estão apenas fazendo o relatório, por isso não podemos contar com essa ajuda”, revelou.
Lúcia mencionou as investigações aos documentos da Polícia Militar da Paraíba (PMPB). “O governador fez uma intermediação junto ao comandante e tivemos acesso. O problema é que grande parte dessa documentação da década de 60 e 70 foi eliminada. Os comandos anteriores autorizaram a eliminação”.
JP