Não fosse a predileção do governador Ricardo Coutinho por contendas, os paraibanos nem tinham notado que ele era o novo gerente e daí ostentaria níveis melhores de aprovação em um estado que até por inércia se agrada, bastando não criar problemas para quem já têm tantos.
Raciocinem comigo: se o Governo não interfere para alavancar o turismo e se ao interferir não alavanca, já nos conformamos com um crescimento por exclusão e quando não tiver mais nenhuma capital do Nordeste para visitar o turista aporta por essas bandas por falta de opção.
E assim sucessivamente em todas as áreas. Se não podemos ter nossa montadora da Fiat logo o governador comemora a montadora dos outros, acreditando que um dia uma delas terá que se instalar aqui só por falta de espaço no território vizinho.
Mas o que me chama mesmo a atenção nesse estilo vira latas da nossa política secular é que temos um governador bad boy, que tudo que gosta é ilegal, imoral ou engorda.
Em todo o Brasil a Saúde é um ponto de descontentamento popular, mas aqui na Paraíba Ricardo Coutinho conseguiu ampliar o problema terceirizando o que a Constituição diz que é dever do Estado. Via caminho ilegal, entregou o Hospital de Trauma a uma Cruz Vermelha sob suspeita e acabou batendo de frente com o Tribunal de Conta da União.
Um empresário – que morre de medo da concorrência – decide ampliar o monopólio no setor a custo baixíssimo e, para conseguir essa proeza, recorre ao recente patrocinado, no sentido de receber como contrapartida um terreno público. O governador poderia facilitar “o negócio” com trâmites legais de boa fachada, tipo licitação, mas opta pelo imoral e acaba tendo o que ninguém perceberia amplificado e vetado pelo Tribunal de Contas do Estado.
O irmão do governador recebe a missão de captar recursos para campanha eleitoral e como não transita nos meios empresariais formata um estilo novo de fazer dinheiro público virar privado e, segundo denúncia do empresário Daniel Gonçalves a Revista Época, engorda a tesouraria de campanha com dinheiro sujo estornado via Pietro Harley, um ex-desocupado pobretão que subiu na pirâmide social como laranja dos laranjas e virou uma bomba relógio que circula por aí em um Camaro vermelho.
Homem de sorte, o governador Ricardo Coutinho conta com o silêncio do poder Judiciário, pois o TJ, MPE, MPe MPF estão mudos, surdos e não conhecem nem a linguagem de sinais.
Porque será que tudo que o governador Ricardo Coutinho gosta é ilegal, imoral ou engorda?