O sobrinho do ex-senador José Maranhão, Benjamim Maranhão (MDB), exercia influência política no DNOCS e INCRA e colhia os frutos mediante recebimento de propina, que era paga por um empresário, que “captou vultosos contratos nos órgãos sem licitação com suspeitas de superfaturamento”. É o que diz trecho do processo que faz parte da Operação Poço sem Fundo, deflagrada nesta quarta-feira (25) pela Polícia Federal, que apura o desvio de recursos públicos destinados à perfuração de poços e implantação de sistemas simplificados de abastecimento de água no Estado da Paraíba.
Uma das linhas de investigação é que “exista organização criminosa, composta pelos empresários Severino Pimentel, Lucas, Carlos Júnior, Carlos Neto, Claud, Alexandra, pelo engenheiro José Edson, pelos servidores Alfredo, Francisco de Assis, e pelo ex-deputado federal Benjamim Maranhão. Eles teriam se associado a partir de 2013 com o objetivo de direcionar, por meio de processos indevidos de dispensa de licitação, contratos do INCRA/PB e do DNOCS/PB infraestrutura hídrica para um grupo de empresa”.
Para o Ministério Público Federal, a participação de Benjamim era nítida com as escolhas dos coordenadores do INCRA e DNOCS na Paraíba.
“Quanto ao INCRA, no ano de 2016 indicou seu sogro, Sólon Alves Diniz para ocupar o cargo de superintendente e, a partir de 01/2017, Francisco Rinaldo Maranhão de Figueiredo. Quanto ao DNOCS, o atual coordenador, Alberto Gomes Batista (mais conhecido como Esquerdinha) – que é o atual coordenador da campanha de Nilvan Ferreira -, já ocupou o cargo de secretário parlamentar de Benjamim Maranhão, na Câmara dos Deputados”
“Após o fim de seu mandato como Deputado Federal, Benjamim Maranhão não deixou de atuar politicamente de forma a manter sua influência sobre os órgão públicos envolvidos nos ilícitos investigados e, em abril de 2019 assumiu cargo com influência sobre o INCRA, qual seja, diretor técnico da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (ANATER), vinculado ao Ministério da Agricultura”, diz um trecho da investigação.
O MPF pediu e a Justiça autorizou o sequestro e indisponibilidade dos bens de Benjamim no valor de R$ 155 mil, referentes a valores que teriam sido entregues, um de R$ 35 mil a mando de um empresário conhecido como Severino e outro de R$ 120 mil destinados ao ex-parlamentar por uma pessoa identificada como Lucas.
Com informações de Wallison Bezerra