Hoje eu tive a impressão, pela primeira vez nos meus 56 anos de vida, que se o Brasil um dia sofrer um ataque externo as nossas Forças Armadas demorarão tanto tempo para decidir uma reação que na base da faca, facão, foice e taco de sinuca nós os civis teremos que ir às praias impedir na tora o desembarque dos estrangeiros agressores.
E embaso o meu argumento tendo como parâmetro os quase 60 dias que Exército, Marinha e Aeronáutica passaram para entrar em ação no maior desastre ambiental do litoral brasileiro, ainda em curso no Nordeste.
Petróleo bruto vazou em alto mar e trouxe poluição às praias. Produtos químicos altamente tóxicos e cancerígenos estão flutuando sobre o nosso mar, diluído na corrente marinha e baixado ao subsolo.
O Presidente se limitou a ideologisar e acusar a Venezuela. O ministro do Meio Ambiente reagiu com o fígado e, feito papagaio, repetiu o chefe. Uma patetada.
Diante do imobilismo incompetente, discriminatório, ideológico e covarde do governo Bolsonaro, a população nordestina deu show de solidariedade e arregaçou as mangas para defender as praias.
Enquanto isso os militares federais assistiam tudo pela televisão, esquecendo a velha lição de que são pagos por nós para passar a vida inteira treinando sem entrar em campo e quando aparece a oportunidade demoram longas oito semanas, fingindo que não era com eles.
Era pra defender a pátria de um desastre ambiental e demorou 60 dias. Imaginem se fosse uma invasão armada? Estaríamos todos entrincheirados derramando o sangue pela pátria e os militares acovardados dentro dos quartéis.
Esse é o Brasil do capitão Bolsonaro e os seus generais.
Dércio Alcântara