O senador Veneziano Vital do Rêgo respondeu, com indignação, às declarações feitas por Romero Rodrigues, ex-prefeito de Campina Grande. Segundo o ex-gestor, Veneziano teria articulado para assumir o controle do MDB paraibano enquanto o ex-senador José Maranhão se recuperava da Covid-19. O primeiro vice-presidente do Senado não gostou da acusação e retrucou à altura.
“Eu lastimo porque o ex-prefeito, desocupado como está, agiu de forma anticristã. Ele não desrespeitou só a mim, porque essa máxima deles me tratarem dessa forma agressiva provocativa não é de hoje, mas desrespeitou a memória do governador José Maranhão e a de quem está em casa, porque ele mentiu ao dizer que eu assumi o MDB ou de que foi tirado o MDB [de José Maranhão] no leito da UTI. É mais ou menos o que a Paraíba precisa conhecer desse cidadão, travestido de bom moço, humilde, mas esse é o ex-prefeito de Campina Grande, um desocupado, que deveria ter a grandeza de entender que está fora do poder, e que se quiser voltar ao poder, que o faça de uma maneira maior, debatendo o bom debate”, reagiu o senador.
Na sequência, Veneziano ainda negou que tenha promovido diálogos sobre assumir a presidência do MDB com prefeitos, vereadores ou lideranças da legenda, a exemplo do ex-deputado Benjamim Maranhão. Ele acusou Romero Rodrigues de agir politicamente sobre um fato trágico, que foi a morte de José Maranhão, líder emedebista no Estado.
“O ex-prefeito, para fazer palanque eleitoral vem, primeiro, de forma anticristã, desrespeitando a memória de quem acabara de, há menos de um dia, ser sepultado. Segundo, de forma mentirosa, porque aqui mesmo neste programa, por telefone, assim como em outras emissoras, quando instado a falar sobre a saída do PSB e ingresso [no MDB], enfim, eu disse ‘olhe, eu não trato, não tratarei, esperarei, como todos nós do MDB estamos a esperar, o regresso do senador José Maranhão. Seu quadro era delicado, mas nós guardávamos o fio de esperança que o ex-governador se restabelecesse. E, falava mais, ‘é importante que nós assim procedamos, primeiro, pelo respeito ao senador Maranhão, na certeza de que, ele voltando, ainda terá muito a dar a um dos amores da vida dele, que é o nosso partido’. Tenho respeito aos 65 anos de vida pública de Maranhão, e de várias décadas de dedicação ao MDB. Vamos fazê-lo no momento oportuno. Não vou falar”, disse em entrevista na semana passada à Rádio Correio FM.
Veneziano também recomendou a Romero Rodrigues que procure estudar e conhecer as necessidades regionais da Paraíba, e melhore ainda o seu poder de argumentação, já que o ex-prefeito pretende entrar na disputa pelo Governo do Estado, nas eleições de 2022.
“Ele não está se apresentando como pré-postulante ao governo em 2022, mesmo tendo deixado Campina com a marca da indecência em relação ao fato da [Operação] Famintos, dos milhões e milhões de desvios da merenda escolar? Então, vá estudar a Paraíba, vá percorrer o Estado, vá se assenhorear dos problemas de cada região para fazer um bom embate político, e não trazer como fixação a minha imagem, e trazer da forma mais sórdida. Sarcástico foi ele, que faz dessa maneira, mentido, porque eu nem pleitear a presidência do MDB de minha amada Campina Grande, eu fiz”, frisou.
De volta ao MDB depois de se eleger senador pelo PSB em 2018, a solenidade de filiação de Veneziano aconteceu em 12 de janeiro do corrente ano, na sede do partido, em Brasília.
Após a morte do senador e presidente do MDB na Paraíba José Maranhão, em 8 de fevereiro, vítima das complicações causadas pela Covid-19, muito se especula sobre a nova liderança do partido no Estado. Veneziano é o nome mais cotado para a função.
Já a vaga de Maranhão no Senado foi ocupada pela suplente Nilda Gondim, mãe de Veneziano.