O candidato à Prefeitura de São Paulo José Luiz Datena (PSDB) publicou uma nota, nesta segunda-feira (16), após ter atacado seu adversário Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeira durante debate promovido pela TV Cultura nesse domingo (15). Segundo Datena, Marçal precisava ser “contido com atos” e, apesar de se posicionar contra a violência, sua ação teve o propósito de, acima de tudo, lavar a “alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la”.
“Pablo Marçal demonstrou, em todas as situações a que teve oportunidade, sua falta de caráter. Demonstrou, ainda, que é uma ameaça à cidade de São Paulo. Será detido no voto. Mas, a despeito disso, precisava também ser contido com atos. Foi o que eu fiz”, destacou a nota.
Datena pegou uma cadeira para agredir Marçal após ser ofendido verbalmente por seu oponente. O incidente causou uma interrupção temporária do evento. O candidato do PRTB foi levado ao Hospital Sírio-Libanês, onde, segundo sua equipe, sofreu uma fratura na costela. O hospital divulgou em boletim médico no início da tarde que Pablo teve traumatismo na região do tórax à direita e em punho direito, sem maiores complicações associadas. Ele já recebeu alta da unidade hospitalar.
Apesar de admitir o erro, José Luiz Datena afirmou que não se arrepende da agressão. O apresentador expressou que preferia que o episódio não tivesse acontecido, mas reafirmou que, diante das mesmas circunstâncias e do histórico de agressões por parte de seu adversário, repetiria a ação.
Mais cedo, em entrevista à GloboNews, José Aníbal, presidente do diretório municipal do PSDB e candidato a vice-prefeito na chapa de Datena, confirmou que a candidatura tucana está mantida.
Veja a íntegra da nota de Datena:
Não defendo o uso da violência para resolver um conflito. Essa é a regra e sempre a respeitei nos meus 67 anos de vida. Até o dia de ontem.
Porque torna-se difícil obedecê-la quando os limites de civilidade são rompidos e corrompidos por um oponente. Infelizmente, foi o que aconteceu na noite deste domingo durante debate promovido pela TV Cultura.
Pablo Marçal demonstrou, em todas as situações a que teve oportunidade, sua falta de caráter. Demonstrou, ainda, que é uma ameaça à cidade de São Paulo. Será detido no voto.
Mas, a despeito disso, precisava também ser contido com atos. Foi o que eu fiz.
Eu sou um cara de verdade e, com um gesto extremo, porém humano, expressei minha real indignação por ter, de forma reiterada, sido agredido verbal e moralmente por um adversário que, como todos têm podido constatar, afronta a todos com desrespeito e ultraje, ao arrepio da ética e da civilidade.
As acusações que Marçal me fez diante de milhões de pessoas são graves. E absolutamente falsas.
Usando linguagem de marginais, algo que lhe é tão peculiar, feriu minha honra e maculou minha família, já machucada pela perda de um ente querido em decorrência do mesmo episódio agora novamente imputado a mim de forma vil pelo meu adversário.
Errei, mas de forma alguma me arrependo. Preferia, sinceramente, que o episódio não tivesse ocorrido. Mas, fossem as mesmas as circunstâncias, não deixaria de repetir o gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário.
Espero, com minha atitude, ter mostrado, de uma vez por todas, o risco que a candidatura de Pablo Marçal representa para a integridade das pessoas, para a nossa democracia e para a sobrevivência de milhões de cidadãos que dependem da atuação da prefeitura de São Paulo para ter uma vida menos indigna.
Espero, também, ter lavado a alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la, mas que quer mesmo é saqueá-la, de braços dados com o crime organizado.
Continuarei a disputa pela prefeitura de São Paulo para realizar meu sonho de fazer de São Paulo uma cidade melhor, que ofereça uma vida digna aos que mais precisam. E também para defender a nossa democracia ameaçada por figuras como Pablo Marçal que querem o obscurantismo e não o bem da cidade e de sua população.