Apenas um em cada 18 deputados federais eleitos no dia 2 de outubro conseguiu se eleger ou renovar o mandato somente com os próprios votos. De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), 28 deputados ultrapassaram o quociente eleitoral, ou seja, não dependeram dos votos totais obtidos por seu partido ou por sua federação.
Em 2018, 27 foram eleitos apenas com a própria votação. Em 2014, 35, e em 2010, 36.
A eleição para a Câmara é proporcional, isto é, nem sempre os mais votados são eleitos. O quociente eleitoral é resultado da divisão dos votos válidos (excluídos os nulos e os brancos) pela quantidade de cadeiras atribuída a cada estado. As vagas são rateadas entre as legendas conforme o número de vezes em que elas alcançam esse quociente. Os mais votados nessas siglas são eleitos.
Veja a lista dos eleitos apenas com os próprios votos:
Partidos e federações
Neste ano a eleição para o Legislativo não teve coligação partidária, aliança feita pelos partidos apenas para a eleição, de olho no horário eleitoral, nas verbas públicas e no número de cadeiras conquistadas.
Na ausência da coligação, os candidatos foram eleitos com os votos alcançados por seus partidos ou federações. Com as federações, legendas como Cidadania e PSDB; Psol e Rede; e PT, PCdoB e PV atuarão, respectivamente, como se fossem uma única pelos próximos quatro anos.
Dessa forma, em 2022, os candidatos mais votados ajudaram a eleger colegas de sigla ou federação. Nesse cenário, dois jovens se sagraram campeões de votação.
Proporcionalmente, o mais votado foi Amon Mandel, vereador em Manaus pelo Cidadania. Aos 21 anos, ele recebeu 288.555, o que equivale a 14,59% dos votos válidos no Amazonas.
Em números absolutos, a maior votação ficou com o vereador de Belo Horizonte Nikolas Ferreira (PL), com 1.492.047 votos.
Entre os 28 eleitos em 2022, nove são do PL, do presidente Jair Bolsonaro, quatro do PP, outro aliado do governo, e três do Psol. O PT, de Lula, tem dois na lista, assim como o PSD e o Republicanos. PSB, Cidadania, Avante, Novo, Republicanos e Podemos aparecem com um nome cada.
Entre eles, 13 são novatos e 15 foram reeleitos. Há nove mulheres e 19 homens na lista. Os mais votados estão distribuídos por 12 estados: Alagoas (1), Amazonas (1), Bahia (1), Ceará (1), Distrito Federal (1), Goiás (1), Minas Gerais (2), Paraná (4), Pernambuco (2), Rio de Janeiro (4), Rio Grande do Sul (4) e São Paulo (6).
De Congresso em Foco