A mansão em Brasília de quase R$6 milhões comprada pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) ainda renderá muito assunto para os próximos dias. Uma reportagem veiculada nesta quarta-feira (03) pelo Jornal Nacional, da Globo, revelou um ponto em comum entre a transição milionária e o esquema das ‘rachadinhas’, caso pelo qual o filho do presidente Jair Bolsonaro é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).
Denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa pelo MP, Flávio teria se apropriado, segundo a promotoria, de salários de assessores quando era deputado estadual pelo Rio de Janeiro, e as cifras desviadas chegariam a R$6,1 milhão, praticamente o valor da compra do imóvel de luxo em Brasília. Apesar da “coincidência” de valores, o senador alega que a transação foi lícita.
De acordo com o Jornal Nacional, o antigo dono da residência, o empresário Juscelino Sarkis, que vendeu o imóvel a Flávio, é namorado da juíza Cláudia Silvia de Andrade, que assessorava o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, ao longo de sua gestão como presidente da Corte.
Noronha, que já foi elogiado por Jair Bolsonaro e é o responsável por ter concedido prisão domiciliar a Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro que também é investigado no esquema das rachadinhas, foi o primeiro a votar favoravelmente ao senador, na última semana, no julgamento que anulou a quebra de sigilo fiscal e bancário do parlamentar. São justamente nesses dados fiscais e bancários que estariam as supostas provas contra o senador na investigação das rachadinhas.
À TV Globo, Juscelino Sarkis informou que não sabia da identidade do comprador e que o negócio foi feito por corretores. O empresário disse ainda que sua namorada, a assessora de Noronha, não teve nenum envolvimento na transação.
Já Noronha afirmou à emissora que não tem conhecimento da compra do imóvel e que a namorada de Sarkis nunca atuou em processos envolvendo Flávio Bolsonaro. A juíza, por sua vez, não se manifestou.
Revista Fórum