O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a pandemia da covid-19 permitiu que se possa entender a necessidade do Estado para resolver crises. Na frase, dita em entrevista concedida ontem à revista Carta Capital, Lula disse que “ainda bem que natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus”.
O petista exaltou o vírus para criticar pessoas que acreditam que “nada que é público que presta”, que “tem que vender tudo que público”. Esse grupo formaria uma “elite grosseira”, que seria responsável por Jair Bolsonaro (sem partido) estar no Planalto. “Essa crise do coronavírus somente o Estado é que pode resolver isso.”
“Ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus porque esse monstro está permitindo que os cegos enxerguem, que os cegos comecem a enxergar que apenas o Estado é capaz de dar solução a determinadas crises.”
Lula ainda criticou os problemas envolvendo o auxílio emergencial de R$ 600. Há relatos de problemas para retirada do benefício. “Eles prometeram e sequer eles cumpriram com a tarefa de dar R$ 600 e as pessoas ficarem em casa e se protegerem do coronavírus.”
Para o ex-presidente, a “elite raivosa” é “perversa, não quer que o debaixo suba sequer um degrau”.
Na entrevista, o ex-presidente, já condenado em dois processos na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro, não deixou de fazer as tradicionais críticas a Sergio Moro, ex-ministro da Justiça, ex-juiz da operação e ex-aliado de Bolsonaro.
Para ele, a elite “conseguiu inventar uma coisa mais sofisticada para me pegar: inventar uma denúncia de corrupção”. O petista diz que, se juntar Moro, o MPF (Ministério Público Federal) e parte da mídia, não se consegue ter um “Lula de honestidade”. Os processos em que Lula foi condenado tiveram as sentenças confirmadas por instâncias superiores.
Assista trecho da entrevista: