O ex-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP), foi acusado pela Polícia Federal de “ameaçar” o presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais. Ele, que será investigado em um inquérito aberto com base na Lei de Segurança Nacional, foi intimado a prestar depoimento na superintendência da PF em São Paulo no dia 29, às 16 horas.
Em seu perfil no twitter, Boulos publicou um comentário sobre o presidente, fazendo referência ao fim da dinastia de Luís XIV, que acabou na guilhotina. De acordo com a PF, a declaração pode ser vista como uma ameaça a Bolsonaro.
Em abril de 2020, Bolsonaro participou de um ato em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, onde os manifestantes pediam intervenção militar. Na ocasião, o presidente declarou: “Eu sou a Constituição”. A declaração remeteu a frase atribuída a Luís XIV, rei da França por 72 anos no século 17: “O Estado sou Eu”.
Depois da publicação de Boulos, Bolsonaro sentiu-se contrariado. Então, o deputado José Medeiros (Pode-MT), ligado ao presidente, representou contra o ex-candidato a prefeito no Ministério da Justiça.
Um inquérito foi aberto pela PF, por determinação do então ministro da Justiça, André Mendonça, contra Guilherme Boulos, que foi intimado para depor.
“É uma perseguição política vergonhosa”, diz Boulos. Ele deve comparecer à PF acompanhado por seu advogado, Alexandre Pacheco Martins.
A informação é da jornalista Mônica Bergamo para a Folha de S.Paulo.