Em um evento com brasileiros residentes em Israel nesta terça-feira, 2, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o torturador no período da ditadura militar, coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. O líder já havia feito uma homenagem ao militar durante votação na Câmara dos Deputados em 2016.
“As palavras ali proferidas por mim tiveram impacto dentro e fora do Brasil por alguns dias, mas eram palavras que estavam sedimentadas em João 8:32: a verdade tinha que ser conhecida”, afirmou. O trecho bíblico ao qual o presidente se referiu é sempre citado por ele em seus discursos e trata do uso da verdade: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”
Durante seu discurso para um grupo de brasileiros da cidade de Raanana, Bolsonaro falou sobre as expectativas das pesquisas eleitorais em torno de sua eleição após o discurso sobre Ustra. “Um dono de instituto de pesquisa alguns dias depois falou que depois daquele meu voto eu sequer me elegeria vereador da capital do meu Estado do Rio de Janeiro’, disse. “E aconteceu exatamente o contrário”.
Em novembro de 2016, em sessão do Conselho de Ética da Câmara que discutia o afastamento da então presidente Dilma Rousseff, Bolsonaro dedicou seu votoem favor do impeachment à “memória do coronel Brilhante Ustra”. Na época, ele era deputado federal pelo Rio de Janeiro.
Nesta terça, o presidente disse que sabe de suas responsabilidades, por isso não cederá às pressões daqueles que “não estão de acordo com nossos antepassados”.
“Sabemos da nossa responsabilidade, por isso não cederemos àqueles que temam ainda ir pelo caminho que não está de acordo com as suas práticas, que não está de acordo com os nossos antepassados que muito fizeram para que aquela grande pátria continuasse unida, coesa, buscando dias melhores para o seu povo”, disse.