O empresário Roberto Santigo (foto), dono do Manaíra Shopping, foi condenado a pagar mais de R$ 1,2 milhão de indenização por ter provocado danos ambientais ao leito do rio Jaguaribe e às residências próximas à Área Preservação Permanente (APP). A condenação foi proferida pelo juiz Adilson Fabrício Gomes Filho, da 1ª Vara Criminal da Comarca de João Pessoa.
condenação, o dano foi causado por um equipamento de desassoreamento em local indevido, que aterrou o mangue, próximo ao bairro de Manaíra.
De acordo com a sentença, o dono do Manaíra Shopping e sua empresa estão incursos nas penas do artigo 50 da Lei Federal nº 9.605/98, que assim dispõe: “destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação: Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa”.
Pela sentença imposta pelo juiz Adilson Fabrício Gomes Filho, o dono do Manaíra Shopping e sua empresa terão que pagar 200 dias-multa no valor unitário de 10 salários-mínimos vigente à época do fato, totalizando 2.000 salários, conforme artigo 49, § 1º, do Código Penal.
“Atendendo as condições econômicas do réu (art. 6º, III da Lei 9.605/98), relatadas nos autos, mostra-se suficiente para satisfazer os aspectos preventivo e repressivo da aplicação da pena, a ser creditada em benefício do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA)”, ressaltou o magistrado em seu despacho.
De acordo com o processo nº 0001771-76.2013.815.2002 movido pelo Ministério Público Estadual, em 10 de dezembro de 2012 ,foi instaurado inquérito policial, em virtude de moradores residentes na comunidade ribeirinha próxima ao Rio Jaguaribe terem noticiado às autoridades competentes acerca da existência de um equipamento de desassoreamento em local indevido (aterramento de área de mangue), provocando danos ao leito do rio e às casas próximas, o que levou à realização de perícia in loco.
A perícia concluiu pela ocorrência da infração penal ambiental. “A materialidade delitiva restou devidamente comprovada através do laudo confeccionado pelo Instituto de Polícia Científica do Estado da Paraíba, dando conta das graves violações ao status quo da área ambiental de preservação permanente, pelo aterramento de área de mangue do Rio Jaguaribe, principal rio que compõe a bacia hidrográfica do Estado”, afirmou o juiz.
Ainda segundo a perícia realizada, mais depoimentos acostados ao processo, os atos praticados por Roberto Santiago e sua empresa, fazendo uso de retroescavadeiras às margens do Rio Jaguaribe, denotaram na destruição de Área de Preservação Permanente, incluindo sua mata ciliar, a área de manguezal e o próprio rio.
Os autos tramitaram junto ao Juizado Especial da Capital no período compreendido entre 20 de fevereiro de 2014 a 21 de setembro de 2017, com breve passagem pela 7ª Vara Criminal desta Comarca, quando, em 28 de janeiro de 2018, aportaram na 1ª Vara Criminal da Capital, cujo ato processual inicial foi o oferecimento do sursis processual ao processado, já que fazia jus ao recebimento do benefício, porém, sendo por ele recusado. Com informações do site do TJPB.
O outro lado
Em nota divulgada à imprensa, o dono do Manaíra Shopping negou as irregularidades e afirmou que vai recorrer da decisão judicial. Com informações Paraíba Ja.