O desmatamento na Amazônia e esse atentado que metralhou dois trabalhadores rurais do assentamento Dom José Maria Pires neste sábado em Mata Redonda, além de todas as escaramuças recentes no Brasil contra o MST tem a marca indelével da ascensão da extrema-direita, via eleição de Bolsonaro e a presença conservadora de militares, agropecuaristas e evangélicos no futuro governo.
E, não se enganem, é apenas o começo de um novo período de chumbo, onde jornalistas e militantes dos direitos humanos serão vítimas da caçada implacável de uma horda que tem sede oor sangue.
Preocupante em todos os aspectos e nos fará voltar mais de duas décadas no tempo, trazendo o Brasil para uma conjuntura de preconceito e atraso social.
É que as forças conservadoras e neofascistas se antecipam mandando recado e demarcando território como a anunciar que a partir de janeiro estaremos em um território sem Lei, ou sob o que o pensamento reacionário ditar.
Que os reacionários saibam que as lembranças do Araguaia não são boas para nenhum dos lados e que o brasileiro não tem sangue de barata para aceitar anos de chumbo sem reação e que exatamente ninguém está fora do alcance da Lei, seja do Código Pena ou da Lei de Talião.
E se trabalhadores rurais estão ao alcance das matralhadoras no campo, também tem gente inocente ou não ao alcance de outras formas de reação nos espaços públicos e essa intolerância nos levará a um caminho que não é bom para ninguém.
Dércio Alcântara