Tudo bem que Ricardo Marcelo anda obcecado para se manter no comando da Assembléia Legislativa, pois daquela plataforma pretende se eleger deputado federal, mas pedir pinico e jurar amor eterno ao governador Ricardo Coutinho com medo dos blefes de Lindolfo Pires foi patético.
Mas quem sou eu para contrapor com argumentos subjetivos o poderio financeiro que emana daquela caneta que um diz fez Rômulo Gouveia se eleger deputado federal.
Lembro-me como se fosse hoje a cena: em um restaurante de Campina o então presidente da AL Arthur Cunha Lima esbravejava pra quem quisesse ouvir que se Rômulo chateasse-o iria abrir a caixa preta de sua gestão.
Todos sabem que Rômulo tratou a Assembléia como se fosse uma birosca, fez e desfez, mas saiu ileso graças ao corporativismo.
Ricardo Marcelo é mais cuidadoso e tem tratado aquele poder como deve. Tem esmero, critério, é bom gestor.
Mas não tem coragem para uma briga de foice no escuro e, cá pra nós, de certa forma ele tem razão em capitular diante da força descomunal de um governador que não gosta de ser contrariado.
O que Ricardo Marcelo disse hoje na coletiva de imprensa eu já esperava. De oposição ele nunca foi, no máximo teve a coragem de peitar Arthur e dá posse a Maranhão usando o regimento.
O engraçado é que teremos dois Ricardos no comando da Paraíba. Um fazendo e desfazendo e o outro dizendo apenas sim senhor.
Ricardo, o Marcelo, perdeu uma grande oportunidade de ser alguém na história política da Paraíba.
É como diz o ditado: quem não arrisca não petisca. Por outro lado é bom os ricardistas saberem que o PSDB manda no Legislativo e que, neste aspecto, são reféns de Cássio.