Bastou o ex-governador Zé Maranhão insinuar que poderia ser candidato a prefeito de João Pessoa para a equipe de desconstrução bancada pelo dinheiro público fazer espalhar a tese de que Cícero Lucena cai como uma luva como o candidato contra Agra em 2012. De uma hora para outra surgiram até estudos científicos comprovando a tese. Por que será?
Não que Cícero esteja se aliando a RC, muito pelo contrário, mas para iniciar uma cisma dentro do bloco oposicionista, que hoje além de Maranhão e Cícero também tem Manoel Júnior, Anibal e Luciano Cartaxo como potenciais nomes.
Advogo a tese de que a oposição deve sair com mais de um candidato, no entanto acho que PMDB e PSDB devam se coligar para formar a chapa que a meu ver é imbatível: Maranhão e Lauremília.
Justamente por concordarem com o que eu digo, setores do ricardismo tentam rifar Agra para atrair o PT para uma aliança, onde a cabeça de chapa seria oferecida a Luiz Couto. O que o grupo ligado a Rodrigo Soares poderia fazer diante de uma proposta dessas? Nada, absolutamente nada.
Acho que Cícero tem legitimidade e densidade para ser o candidato da oposição, mas no contexto que estou avaliando mais importante do que a legitimidade é a sobrevivência do grupo oposicionista.
O projeto do governador é de no mínimo 20 anos e pelo seu estilo já deu para se notar que sofre de um egoísmo político incapaz de conviver com contrapontos. Com ele só existe um lado, que é o seu e quem não está como ele – é ele quem escolhe os aliados – deve ser defenestrado.
Percebendo o perigo do estilo bad boy e caudilho de RC, a classe política tem que afunilar seus projetos para um só, sob pena de ser varrida do mapa.
Assim, reveste-se de fundamental importância retomar a Prefeitura de João Pessoa e a displicência que fez Ricardo ascender ao poder não pode se repetir.
Hoje a oposição deve ser perguntar: quem tem mais chance de vencer? E este deverá ser o candidato. Não há espaço para vaidades ou experimentações. Se for Cícero, que seja. Se for Manoel, que seja. Se for Aníbal, que seja. Se for Cartaxo, que seja. Só não pode errar, pois tem uma arma de uma só bala e esta já na agulha. É vencer ou vencer.
Se a oposição quer puxar o freio de mão e evitar sua auto-aniquilação e longevidade política para o governador, terá que focar na estratégia da retomada de quartéis para abrigar seu exército.
Parafraseando a Bíblia digo que a oposição terá que ir orar no deserto para exorcizar seus demônios e encontrar o messias. Ou seja, o candidato.
Do contrário, Hasta la vista, baby!