Sou obrigado a concordar com o governador Ricardo Coutinho em uma única coisa e não me venha às tais patrulhas ideológicas me recriminar, pois sou independente, digo o quero e não preciso do pirão de seu ninguém para sustentar minha família. A Paraíba está quebrada, Ricardo tem razão.
Mas, quem quebrou foi ele, entre janeiro e esse finalzinho de junho magro para os comerciantes que até o ano passado tinham nos santos Santo Antônio e São João o seu segundo natal, no que se refere às vendas.
Desafio qualquer comerciante grande, médio ou pequeno que se encaixe neste perfil e que faturava bem até 2010, a vir aqui dizer que o mês de junho não foi o maior fracasso de vendas dos últimos 40 anos.
Como exemplo, cito uma tradicional padaria que vendia em média duas mil pamonhas e este ano não passou de mil, ou os shoppings que venderam abaixo da média e ainda a Edson Ramalho esvaziada.
E não me venha esse governador com um discurso dúbio me dizer que o fenômeno se repetiu em outros estados porque é mentira. A Paraíba mergulhou em uma recessão provocada pela política arriscadíssima de um gestor inconseqüente e incapaz de observar as coisas de maneira macro, pois a miopia não lhe deixa sequer antever o próprio umbigo.
Demitir 30 mil, cortar gratificações de milhares e deixar de honrar compromissos pontuais deixados pelo antecessor, represou no caixa o bilhão de reais que deveria estar tilintando nos caixas das lojas, das padarias, dos mercadinhos e depois retornando para os cofres públicos em forma de imposto.
Mas não. Na contramão da história da economia o governador reteve o dinheiro em caixa e deixou de distribuir riqueza, fomentar a produção e a geração de emprego e renda.
Lá na ponta, o comerciante que não tem cor, não tem partido e trabalha de sol a sol para pagar sua folha e seus impostos, foi prejudicado e amargou um dos piores períodos juninos dos últimos quarenta anos.
Parabéns governador, vossa excelência acaba de frustrar mais um segmento e o comércio, infelizmente, vai recolher aos cofres públicos menos impostos do que de costume e, como medo de julho, agosto e setembro, vai demitir para fechar as contas.
Ou seja: a corda sempre arrebenta do lado mais fraco e é o povo quem paga a conta.