Depois de jurar que não prorrogaria o decreto que autoriza o pagamento das verbas não liberadas até 2010, Dilma Rousseff deu meia-volta.
Encostada na parede pelos “aliados”, a presidente dobrou os joelhos. E acomodou o jamegão no decreto que mantém a porta do cofre aberta por mais três meses.
A oposição reagiu à novidade com um silêncio que, por ensurdecedor, expôs o som do nada, emitido por ninguém, nas fronteiras da ausência de ressonância.
Por que calaram os pseudooposicionistas? Num par de notas, o Painel, editado na Folha pela repórter Renata Lo Prete, ajuda a entender o fenômeno. Leia:
Causa suprapartidária: O Palácio do Planalto recebeu com alívio a ausência de repercussão negativa do novo recuo de Dilma Rousseff, que, depois de repetidas sinalizações em contrário, aceitou prolongar por mais 90 dias a sobrevivência dos mais de R$ 4 bi de “restos a pagar” do Orçamento de 2009, cedendo à pressão dos congressistas.
À diferença do que ocorreu quando da reviravolta de opinião da presidente sobre o fim do sigilo eterno de documentos oficiais, agora ninguém deu um pio.
Ocorre que deputados e senadores da oposição têm uma fatia desse bolo. Isso foi lembrado a eles, por emissários do governo, durante a longa negociação que resultou no anúncio da noite de quarta-feira.
Menos, menos: Dilma não gostou da forma como Guido Mantega explicou a prorrogação do decreto.
Avalia-se que o ministro da Fazenda “carregou” na questão da austeridade, falando inclusive em congelamento de emendas deste ano.
Tanto que, logo depois, Ideli Salvatti (Relações Institucionais) deu novas declarações.
Com Blog do Josias