A oferta de empregos temporários para o final de ano no comércio e indústria, que alimenta a esperança de quem busca uma colocação no mercado de trabalho, deve cair 41,4% este ano na Paraíba, caindo das 1.246 vagas projetadas no ano passado para 736 postos este ano.
De acordo a projeção, este será o menor número de vagas temporárias nos últimos 6 anos no Estado. Além desta retração, especialistas esperam um Natal com menor margem de lucro para os empresários e contratação tardia da mão de obra provisória.
O levantamento de empregos temporários faz parte do estudo encomendado pelo Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário do Estado de São Paulo (Sindeprestem) e pela Federação Nacional dos Sindicatos de Empresas de RH, Trabalho Temporário e Terceirizado (Fenaserhtt) ao Instituto de Pesquisa Manager (Ipema).
Entre os estados do Nordeste, a Paraíba ocupa a quinta colocação no ranking em quantidade de empregos estimados para o período, ficando atrás do Piauí, Sergipe e Maranhão (empatados com 573 vagas) e Alagoas (491 postos).
As previsões deste levantamento tanto em 2009 (800 vagas), 2010 (1.700 vagas), 2011 (1.800 vagas), 2012 (1.349 vagas) e 2013 (1.256 vagas) mostraram que o número de postos disponibilizados superaram as projeções para 2014 na Paraíba.
O presidente da Federação das Associações Comerciais da Paraíba, Alexandre Moura, afirmou que acredita em redução na convocação dos empregados temporários no Estado, mas não em um percentual tão expressivo. “Esta queda já era esperada por causa do contexto econômico, mas acredito que a queda em comparação ao ano passado atinja de 20% a 30%”, ponderou.
De acordo com Moura, além da menor requisição de pessoal, a contratação de trabalhador temporário será tardia, deve ocorrer em dezembro, e este pessoal pode permanecer na função por um período mais curto. “Isso reduzirá custos para os empresários que, até novembro, devem estar monitorando o desempenho do mercado”.
Alexandre Moura acrescentou ainda que a expectativa para 2014 é de um Natal com preços mais equilibrados e com manutenção dos trabalhadores temporários em um período menor. “Ao invés de dois meses, devem trabalhar só um mês”.
Por outro lado, o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de João Pessoa (CDL-JP), Eronaldo Maia, destacou que não acredita na queda anunciada pela pesquisa e que mais de 40% deste pessoal será efetivado. “Espero que o número de vagas para os empregados temporários chegue a 1.200, porque se formos levar em conta as lojas somente dos shoppings de João Pessoa, são muitos trabalhadores. Desses temporários, de 40% a 50% serão efetivados”, frisou.
Para o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campina Grande (CDL-CG), Tito Motta, a queda na convocação deste contingente é certa, mas a Paraíba deverá superar os indicadores do levantamento. “Na região de Campina Grande creio que a retração será de apenas 12%, mas o Natal virá com produtos com menor valor agregado”, avaliou.
NORDESTE RECUA 33%
O Nordeste deverá registrar recuo de 33% em vagas temporárias este ano, saindo das 22.705 do ano passado para a previsão atual que é de 15.133. A projeção para a região é a seguinte: Bahia (4.744), Pernambuco (3.599), Ceará (2.945), Rio Grande do Norte (900), Paraíba (736), Piauí, Sergipe e Maranhão (573/empatados) e Alagoas (491). Já no país, a expectativa é que deverão ser contratados 163,6 mil trabalhadores temporários, 1% a mais do que no ano passado.
JP