Baía da Traição – Em tempos em que a liberdade de expressão está sendo duramente atacada por extremistas religiosos e políticos, seja na frança ou no Brasil, não me causou estranheza o atentado a ética e racista ontem no Sistema Tambaú.
Eu entendo que o Governo RC escala seus pistoleiros de aluguel para ostentar toda sua intolerância ao contraponto, mas importar de Sousa um transtornado para ameaçar o jornalista Josival Pereira, passou da conta e acaba se enquadrando nessa conjuntura de extermínio físico, jurídico e financeiro de quem é divergente ou, como é o caso de Josival, imparcial.
Foi o secretário de Comunicação Luís Torres quem importou Tales Gadelha, ex-vice-prefeito de Sousa, que agora é – vejam só – comentarista político do Sistema Tambaú, novo integrante da truculenta tropa de choque ricardista na mídia.
O que falta eu entender é por que Tales fez um comentário jocoso sobre o ex- prefeito de Campina Grande, Veneziano, e a atual diretora regional de Saúde, Tatiana Medeiros, se ambos são aliados de Ricardo Coutinho?
Como se sabe, Josival ponderou com o colega de bancada sobre o aspecto ético de sua fala e este entre outras coisas foi racista ao chamá-lo de “negro buceta”.
Tales é um político que não deu certo e nós jornalistas não podemos aceitá-lo como pistoleiro de aluguel a serviço da SECOM, pois é a mesma coisa de botar um segurança armado dentro do estúdio, pronto para reagir diante de qualquer crítica contra o governador.
Falando em Tales, logo viajo no tempo para me lembrar de quando fui à Sousa fazer a campanha de João Estrela a convite de Mariz e Inaldo um dia me chamou no quarto do hotel Leão do Norte, onde morávamos, para me pedir que criasse algo para desconstruir uma bicicleata organizada pelo então prefeito, Cozinho Gadelha, que iria inaugurar o asfalto das ruas principais às vésperas da eleição.
Fui até uma pizzaria observar o evento e, entre minha mesa e a de uns rapazes alegres, estava Tales, ainda a caminho de sua cartase.
Notei que o obeso Cozinho tinha dificuldades para se equilibrar em uma bicicleta e – eureca! – corri para o estúdio da Rádio Progresso, onde Inaldo iniciaria em instantes o seu programa semanal, Preto no Branco.
Fui ao seu ouvido e soprei a seguinte frase: “eu já vi macaco andando de bicicleta, eu já vi até urso andando de bicicleta, mas sapo cururú é a primeira vez”.
E a cidade toda caiu na gargalhada e, quando se falava no asfalto, logo vinha na cabeça a piada do sapo cururú, que dali para diante passou a ser o apelido de Cozinho.
E, ontem no estúdio da Tambaú, Tales Gadelha revelou para toda a Paraíba que está disposto a seguir a tradição familiar e inchar feito sapo cururú em troca de um contra cheque da SECOM.
Minha solidariedade irrestrita ao amigo Josival Pereira e a todos os jornalistas que no dia a dia são atacados pela truculência de quem tem medo da verdade e gostaria de transformar cada redação num Charlie – Hebdo.
Viva a ética de Josival e a liberdade de expressão! Somos todos Josival, somos todos Charlie – Hebdo!