Vejo na antecipação do debate sobre a sucessão em 2016 um flagrante desrespeito ao eleitor, que neste momento de grave crise econômica e Política, tem pensado seriamente em nem mais comparecer às urnas, de tão decepcionado que anda com as coisas da política e, principalmente, com a prática da maioria dos políticos.
Chamar para 2015 um assunto que só faz sentido ser abordado no ano da eleição equivale a chamar o eleitor de burro, pois se a classe política não consegue nem honrar o que prometeu na eleição passada, como pode começar a prometer o que farão na próxima?
E essa fixação pela antecipação do debate não acontece apenas nas grandes cidades. No interior é que a fervura anda beirando a explosão da caldeira dos ânimos.
Nas emissoras de rádio, portais, blogs e redes sociais a manchete que bomba é a que traz os embates entre os candidatos a candidatos,
Quem está no mandato de prefeito é obrigado a desviar o foco do administrativo para discutir e fazer política e logo encostam os maiores interessados na antecipação da eleição, que são os cabos eleitorais e o pede-pede se instala antes do que devia.
Se os prefeitos ainda estão no meio dos mandatos, como podem conjecturar sobre a reeleição? Se os opositores estão no meio do combate aos adversários que estão no poder, como podem conjecturar sobre cenários ainda distantes?
Mas, na política tudo pode, até boi voar, como dizem. E o noticiário que rende audiência é o do que vai acontecer, para, talvez, encobrir o que está acontecendo e no momento vivemos um grande desencanto com a política.
Tipo: o eleitor está decepcionado com o presente, mas não com o futuro.