As audiências costumam ser rápidas, com duração de cerca de meia hora. Nessas entrevistas, os juízes apenas perguntam se os delatores prestaram informações de livre e espontânea vontade, sem coação por parte dos investigadores do MP. As audiências são feitas pela mesma equipe do ministro Teori Zavascki, relator original do caso e morto em acidente de avião na semana passada.
O trabalho foi iniciado nesta semana por autorização da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, após uma conversa com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que pediu urgência no caso. A homologação poderá ser feita pela própria ministra de forma fatiada, à medida que os acordos forem retornando ao STF.
Segundo auxiliares, Cármen Lúcia continua conversando com os colegas de tribunal para chegar a uma solução para repassar os processos da Lava Jato para um novo relator, que substituirá Teori Zavascki, morto num acidente de avião na semana passada. A expectativa é que essa definição ocorra até a semana que vem.
A ascensão de um dos maiores líderes empresariais brasileiros foi interrompida pelas investigações da Operação Lava Jato. Marcelo Odebrecht, de 48 anos, foi preparado para comandar o grupo empresarial criado pelo seu avô, Norberto Odebrecht, e presidido durante 10 anos por seu pai, Emilio Odebrecht.
Depois de preso, o herdeiro-prodígio viu seu nome envolvido em denúncias de corrupção. Teve de renunciar à presidência da Odebrecht e a todos os cargos que exercia nas diversas empresas do grupo. Mesmo que saia da prisão, não deverá voltar tão cedo à linha de frente da maior construtora do país.
Enquanto a Odebrecht tenta virar a página, Marcelo busca minimizar sua pena através do acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal (MPF). Ele deverá dizer o que sabe sobre os negócios irregulares feitos pela construtora.
Fonte:g1