O Edifício Holiday, em Boa Viagem, na cidade de Recife, foi arrematado por R$ 21,5 milhões nessa quinta-feira (20), após ser leiloado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). A venda ocorreu no segundo leilão do imóvel, com um preço inicial de R$ 21,4 milhões, após uma redução de R$ 14 milhões em relação ao primeiro leilão, realizado em 30 de janeiro, quando o valor de abertura era de R$ 35,7 milhões. O valor final foi de R$ 21.538.616,05, superando o valor mínimo estabelecido por apenas R$ 100 mil.
O leilão ocorreu de forma online entre 11h e 11h27, por meio da plataforma Lance Certo Leilões, com a mediação do leiloeiro Luciano Resende Rodrigues. O único lance registrado foi às 11h20, vindo da Paraíba. Embora o edital permitisse uma contraproposta no prazo de 40 segundos, essa opção não foi utilizada. A identidade do comprador não foi divulgada.
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) esclareceu que a autoria do lance será divulgada após a homologação da proposta no processo, o que deve ocorrer em breve. Além disso, o TJPE informou que o lance vencedor foi realizado na modalidade parcelada. O comprador deverá efetuar o pagamento de 30% do valor total em até 24 horas, com o saldo restante sendo pago por meio de depósito judicial em até 12 parcelas mensais sucessivas, corrigidas pela tabela Encoge.
O Edifício Holiday, construído em 1956, é um ícone arquitetônico de Pernambuco, mas, com o tempo, sofreu graves problemas estruturais, culminando em sua condenação em 2019. A deterioração do imóvel gerou risco de desabamento e a presença de ligações elétricas clandestinas, com potencial para explosões.
Em 13 de março de 2019, cerca de três mil moradores foram obrigados a desocupar o prédio. Quase seis anos depois, a antiga comunidade ainda aguarda uma solução definitiva para o caso, seja por meio do leilão realizado recentemente ou por outras alternativas. O edifício, que possui 17 andares e 476 apartamentos, segue sem uma resolução definitiva para sua situação.
Para o desembargador Antenor Cardoso Soares Júnior, o leilão do Edifício Holiday ia além de uma simples transação imobiliária, mencionando os possíveis impactos para os antigos moradores e proprietários, que poderiam ser prejudicados. Ele também abordou a necessidade de preservar a identidade arquitetônica do imóvel, um símbolo da paisagem de Recife. Ao autorizar a realização do leilão do imóvel, o TJPE estabeleceu uma condição importante: o futuro comprador não poderia demolir o edifício.
O processo de venda do Edifício Holiday teve início em 5 de abril de 2024, quando o então presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Ricardo Paes Barreto, anunciou que o Judiciário tomaria a decisão de alienar o imóvel. A medida tinha como objetivo encontrar uma solução definitiva para os problemas sociais e urbanísticos que envolviam o edifício.