A Paraíba enfrentou seca em todo o seu território entre setembro e novembro de 2024, o que representa a primeira ocorrência desse fenômeno por três meses consecutivos desde o período de outubro a dezembro de 2021. A situação se intensificou entre outubro e novembro, com a área afetada por seca moderada saltando de 8% para 92% do território, o pior cenário desde janeiro deste ano, quando 1% do Estado enfrentava seca grave.
De acordo com a mais recente atualização do Monitor de Secas no Brasil, entre outubro e novembro de 2024, a seca se intensificou em oito estados: Alagoas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe. No Rio Grande do Sul, o fenômeno voltou a ocorrer após 13 meses consecutivos sem registros de seca. Em outros dois estados, Amapá e Santa Catarina, a situação permaneceu estável em termos de severidade.
Em novembro de 2024, dezoito unidades da Federação registraram seca em 100% de seus territórios, incluindo Acre, Alagoas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Nos demais estados, os percentuais de área afetada pela seca variaram de 4% a 99%.
Monitor de Secas
O Monitor de Secas realiza o acompanhamento contínuo da severidade das secas no Brasil, utilizando indicadores do fenômeno e avaliando os impactos em curto e longo prazo. Os impactos de curto prazo são relacionados a déficits de precipitação nos últimos seis meses, enquanto os de longo prazo consideram períodos superiores. Essa ferramenta tem sido fundamental para o planejamento e implementação de políticas públicas voltadas ao enfrentamento da seca. O Monitor de Secas está disponível no site monitordesecas.ana.gov.br e também por meio de um aplicativo gratuito para dispositivos móveis com sistemas Android e iOS.
O principal produto do projeto é o Mapa do Monitor, atualizado mensalmente com a colaboração dos estados participantes e de uma rede de instituições parceiras, que desempenham diferentes funções na sua elaboração. A ferramenta permite comparar a evolução das secas nos 26 estados e no Distrito Federal a cada mês, com a expansão da iniciativa concluída em dezembro de 2023, quando o Amapá passou a integrar o Mapa do Monitor.
A metodologia do Monitor de Secas foi inspirada nos modelos de monitoramento de secas dos Estados Unidos e do México. O processo envolve diversas etapas, incluindo a coleta de dados, o cálculo dos indicadores de seca, a elaboração dos rascunhos do Mapa pela equipe responsável, a validação pelos estados participantes e, finalmente, a divulgação da versão final do Mapa. Este mapa classifica a ocorrência ou não de seca em cada região, considerando o histórico climático local, com categorias que indicam desde a ausência do fenômeno até a presença de seca relativa.