Nesta terça-feira (29), às 9h, teve início a primeira audiência de instrução do médico Fernando Paredes Cunha Lima, acusado de estupro de crianças em seu consultório, em João Pessoa. A audiência será híbrida, com participação online e presencial, na 4ª Vara Criminal do Fórum Criminal da capital. O pediatra enfrenta seis acusações, mas nesta fase do processo serão analisados quatro casos.
A audiência incluirá o depoimento de oito testemunhas de acusação, oito de defesa, duas vítimas e do médico, que participará online por problemas de saúde, conforme sua defesa. Apenas duas vítimas prestarão depoimento, pois as outras duas são crianças e não têm compreensão dos crimes. Devido ao grande número de testemunhas, a audiência será estendida para quarta-feira (30).
Fernando Cunha Lima foi suspenso de suas atividades médicas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O pediatra responde ao processo em liberdade, após a Justiça rejeitar cinco pedidos de prisão apresentados pelos advogados de acusação.
A primeira denúncia formal contra o pediatra foi registrada em 25 de julho e tornou-se pública em 7 de agosto. A mãe da criança de 9 anos, que estava no consultório do médico, revelou em depoimento que viu quando ele teria tocado as partes íntimas da criança. Após presenciar o ato, ela retirou os dois filhos do local e foi prestar queixa na Delegacia de Polícia Civil.
Em depoimentos à Polícia Civil, outras mães relataram que os crimes ocorriam no consultório, com as vítimas em cima de uma maca, enquanto o médico obstruía sua visão ou realizava a ausculta do pulmão das crianças.
Devido à repercussão do caso, uma sobrinha do suspeito revelou que foi abusada por ele aos 9 anos, na década de 90, assim como suas duas irmãs. As denúncias indicam que os crimes ocorreram há pelo menos 33 anos, uma vez que o relato de uma das sobrinhas menciona um abuso supostamente cometido em 1991.