O Conselho Regional de Medicina da Paraíba interditou eticamente os médicos que atuam no bloco cirúrgico, na sala de triagem obstétrica e nas enfermarias do Hospital Materno Infantil João Marsicano, em Bayeux, a partir desta quinta-feira (17).
Na noite de quarta-feira (16), a equipe do CRM-PB realizou uma fiscalização na referida unidade hospitalar e constatou que a lavanderia e o bloco cirúrgico não estão em funcionamento. Essa situação representa riscos tanto para o atendimento da população quanto para a prática médica.
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) e a Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) também fizeram uma inspeção no hospital nesta quarta (16) e suspenderam os procedimentos e cirurgias, pelos mesmos motivos constatados pelo CRM-PB.
“Estão em péssimas condições de estrutura que não foram resolvidas, falta de pontos de oxigênio, e falta de saneantes, que são fundamentais para a limpeza do hospital. Os médicos não devem admitir novos pacientes, devem cuidar do que lá ainda se encontram antes que sejam transferidos. Esperamos que rapidamente isso tudo seja resolvido, mas nós temos que garantir as condições mínimas, e hoje não existe a mínima condição de que uma pessoa seja atendida”, explicou Bruno Leandro de Souza, presidente do CRM-PB.
A Prefeitura de Bayeux divulgou uma nota oficial informando que está ciente da decisão do CRM de interditar eticamente o setor médico do Hospital Materno Infantil. A administração municipal afirmou que está tomando todas as providências necessárias para atender às exigências do órgão fiscalizador e restabelecer o serviço médico na unidade o mais rápido possível.
Segundo a Agevisa, a lavanderia do hospital não dispõe de saneantes adequados, o que compromete a desinfecção dos setores. Apesar disso, os atendimentos no ambulatório continuam normalmente, uma vez que esse setor não foi interditado. Durante a vistoria, não havia mulheres internadas em trabalho de parto ou que tivessem acabado de dar à luz.
As informações sobre a situação da unidade hospitalar foram comunicadas à direção do hospital, e o relatório com as constatações do CRM-PB será enviado à Secretaria Municipal de Saúde de Bayeux. A interdição ética dos médicos que atuam na unidade permanecerá até que as inconformidades relatadas sejam corrigidas.