Após a prisão dos donos da Braiscompany, Antônio Inácio da Silva Neto e Fabrícia Campos Farias, nessa quinta-feira (29) na Argentina, a Polícia Federal realizou coletiva de imprensa nesta sexta-feira (1º), em João Pessoa, para detalhar o caso. Segundo o delegado Guilherme Torres, o casal estava vivendo no país vizinho usando documentos com nomes de familiares dos dois.
Guilherme Torres explicou que os documentos usados por Antônio e Fabrícia eram “falsos com nomes verdadeiros”, cedidos pela família. Conforme o delegado, os parentes estavam cientes e podem responder criminalmente por terem ofertado os documentos.
Ainda de acordo com Torres, Antônio e Fabrícia se mantinham na Argentina com criptomoedas, plataforma usada por eles para manter o esquema de pirâmide financeira através da Braiscompany. A investigação concluiu que a família chegou à Argentina através da via terrestre, na fronteira do Brasil.
O processo de extradição do casal Antônio Inácio da Silva Neto e Fabrícia Campos Farias, proprietários da Braiscompany será conduzido pela 4ª Vara Federal de Campina Grande e deve durar cerca de três meses.
O pedido de extradição será encaminhado para Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação, em Brasília, e posteriormente enviado para Argentina. O juiz da Paraíba será responsável por definir para qual presídio os réus serão encaminhados.
O delegado Regional Executivo, Guilherme Torres, espera que, com a prisão do casal, seja possível obter informações sobre bens para ressarcir as vítimas.
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Segundo o Jornal Clarín, Antônio Inácio da Silva Neto e Fabrícia Campos Farias planejavam fugir para Dubai. Investigadores locais informaram que o casal residiu em diferentes partes dos subúrbios de Buenos Aires e da cidade de Buenos Aires desde que fugiu do Brasil. Morou em Palermo, depois em San Fernando, San Isidro, Nordelta e até no Howard Johnson de La Plata.
A Interpol estava monitorando os donos da Braiscompany há uma semana com o auxílio de drones. Antônio e Fabrícia foram presos ontem (29) em Escobar, na Argentina, em um condomínio de luxo. Identificado e abordado pela Polícia, Antônio, que usava a identidade de João Felipe Costa, ainda teria tentado fugir, mas foi preso junto com a sua esposa.
No início de fevereiro, Antônio e Fabrícia foram condenados pelo juiz Vinícius da Costa Vidor, da 4ª Vara Federal na Paraíba, a penas que, somadas, superam 150 anos de prisão. O montante a ser reparado às suas vítimas é da ordem de mais de R$ 370 milhões, entre danos patrimoniais e coletivo.