Mais um esquema de desvio de recursos, supostamente encabeçado pelo padre Egídio de Carvalho, foi revelado nesta quarta-feira (1º). O religioso é apontado como mentor de um conluio de desvio de recursos públicos com outras integrantes da direção do Hospital Padre Zé. Segundo apurado, o sacerdote, juntamente com Amanda Duarte e Jannyne Dantas, compraram um carro modelo Spin com dinheiro da instituição para, posteriormente, alugá-lo de volta à unidade hospitalar, recebendo os valores mensalmente.
A informação foi divulgada nesta quarta pelo portal ClickPB. Conforme a matéria, documentos oficiais da investigação explicam todo o combinado. O carro modelo Spin de ano 2022 e com placa QFF-0E31 pertence a Jannyne Dantas, mas teria sido adquirido por Amanda Duarte sob ordens do Padre Egídio. Jannyne ocupava o cargo de diretora administrativa do Hospital Padre Zé, já Amanda era a tesoureira da instituição.
De acordo com os documentos, Amanda Duarte teria sacado a quantia de R$ 122 mil de uma conta bancária do Instituto São José para que a compra do veículo fosse efetivada. O cheque teria sido subscrito por Amanda Duarte e sacado por Jannyne Dantas. O esquema teria sido comandado pelo padre Egídio de Carvalho.
Ainda segundo a apuração do ClickPB, após o carro ter sido adquirido com dinheiro do próprio Instituto São José, o grupo teria locado o mesmo veículo de volta à entidade. Era realizado o pagamento mensal de R$ 3.572 pela locação do carro que havia sido adquirido com dinheiro do instituto.
Operação do Gaeco
No início de outubro, o padre Egídio foi alvo da Operação Indignus, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público do Estado da Paraíba (Gaeco/MPPB), a Polícia Civil da Paraíba (PCPB), a Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social (SEDS), a Secretaria de Estado da Fazenda da Paraíba (Sefaz) e a Controladoria-Geral do Estado da Paraíba (CGE). A suspeita é que Carvalho seja dono de 10 apartamentos de alto padrão.
A investigação teve como objetivo apurar os fatos que indicam possíveis condutas criminosas ocorridas no âmbito do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA), em João Pessoa. As informações são de possíveis desvios de recursos públicos destinados a fins específicos, por meio da falsificação de documentos e do pagamento de propinas a funcionários vinculados às entidades investigadas.
A Força-Tarefa ainda apura suposto desvio de R$ 13 milhões solicitados por meio de empréstimos em nome da instituição durante a gestão do Padre Egídio Carvalho junto ao Banco Santander e a Caixa Econômica.
Redação com ClickPB