Como nasci em Cacimba de Dentro e minha avó Mãe Ana era grande entusiasta do filho de Seu Beja, desde novinho aprendi a admirar a fortaleza moral José Targino Maranhão.
Faz falta aquele jeito sereno, faz falta aquela altivez, faz falta aquele jeito peculiar e honesto de lidar com o patrimônio coletivo.
Zé Maranhão poderia ter sido o que quisesse na vida, pois nasceu em berço de ouro, mas desde cedo pilotou seu próprio destino e sonhou levar a Paraíba ao lugar que lhe cabe na história.
Foi deputado cassado pela ditadura, histórico do MDB de Ulysses e Humberto, melhor amigo de outro tribuno que nos orgulha pela decência, Antônio Marques da Silva Mariz.
O destino reservou a Maranhão a vice de Mariz e com a morte do amigo, a cadeira de governador. E Mariz lá no céu acompanhou feliz Maranhão mudar o destino da Paraíba com grandes obras e austeridade.
O MDB velho de guerra ganhou sede própria e protagonismo. E quis o destino que a despedida do grande líder fosse na pandemia como uma das vítimas da conspiração divina.
Antes de partir, Maranhão fechou o ciclo como senador e no Senado não há quem não reconheça a sua importância para o país.
Hoje com Veneziano no comando do MDB e o partido voltando aos bons tempos de Humberto, Mariz e Maranhão, o bastão foi passado para a nova liderança estadual e nacional, sob os olhares de admiração da velha raposa política.
Maranhão faz falta, mas seu legado forma novas gerações. E o MDB mantém a chama de que política é vocação.
Dércio Alcântara