BRASÍLIA – Quando morei em Salvador durante as gravações do disco Vida Real, de Tadeu Mathias, tive o privilégio de morar no mesmo apartamento com o baterista de Ivete Sangalo, Toinho, o baixista de Ivan Lins e Cássia Eller, Fernando, nosso multimídia Tatá Almeida e o produtor de Alceu e Luiz Melodia, Sérgio Mello.
Morávamos no Edifício Delta, ali pertinho do quartel do exército, na azulzíssima praia de Amaralina.
Luiz Caldas tinha acabado de estourar o hit Nega do Cabelo Duro e a gravadora Continental estava investindo pesado e contratou o backing vocal de Elba, Tadeu Mathias.
Convivi durante meses em estúdio com os argentinos Nestor Madrid e Ramiro Musotto, mas aprendi mesmo muito com o ex-marido de Denise Emmer, filha de Janete Clair, Sérgio Mello.
Soube por Paturi, divulgador icônico da então CBS, que os Paralamas estavam na cidade e fui com ele no Hotel da Bahia conversar com Herbert Vianna, pois Tadeu estava querendo uma música dele no disco.
Fiquei surpreso com o que me disse:
– Decinho, estou fudido de criatividade devido à maratona de shows.
Os Paralamas estavam voltando ao Brasil após tour internacional e ‘Alagados’ era o hit mais tocado nas FMs.
Ficamos de nos encontrar com Tadeu nos bastidores do Festival de Verão de Salvador e assim aconteceu.
Na chegada do camarim, nos encontramos com jornalistas baianos e Tadeu ficou concedendo entrevistas, enquanto eu fui até Herbert e a energia do camarim dos Paralamas é uma coisa contagiante, pois são muitos solícitos e carinhosos com todos.
Saí do camarim conversando com Herbert sobre os tempos de Manaíra e o amigo comum Washington Espínola, de quem tive o prazer de produzir o disco ‘Manaíra’.
Quando chegamos próximo ao palco, estava Tadeu conversando com Geraldinho Azevedo e formamos uma roda de nordestinos, e a imprensa toda se aproximou daquela confraternização e a partir daí, meio que sem querer. virei jornalista VIP na Bahia, pois tinha acesso a Elba, Herbert, Geraldinho e Tadeu, além de morar com Sérgio Mello, um dos melhores produtores do Brasil na época.
Garotão de vinte e poucos anos, ainda não entendia o motivo de tantos convites para as rodas de mídia e, encantado, ia a todas.
Hoje meu meio é a política e migrei do showbusiness para esse campo quando conheci Antônio Mariz e depois Júnior Evangelista, esse último através de Zé Euflávio, e o primeiro através de Inaldo Leitão, com quem dividi quarto no hotel Leão do Norte, lá em Sousa.
Hoje em Brasília, com Veneziano, tenho acesso a brilhantes jornalistas como Octavio Guedes, Gerson Camarotti, Natuza Nery, Nilson Klava e Andréia Sadi.
Agradeço a Deus cada passo da minha vida e sempre agradeço dizendo “Deus seja louvado”, pois sou um paraibano privilegiado que chegou ano passado a fazer campanha presidencial e conviver por sete meses com o icônico e multimilionário Pablo Marçal, cara que me abriu muitas portas.
Dércio Alcântara.