Com o filho Lucas na estratégica posição de vice de João e virtual candidato ao governo em 2026, a senadora Daniella fica moral e estrategicamente impedida de disputar a reeleição, pois dois Ribeiros não podem ocupar duas vagas na chapa e, se forçarem a barra, podem derrotar a candidatura de João ao Senado e levar a pique a chapa inteira.
Acreditando que a tese gulosa não prospera, os outros caminhos que Daniella pode seguir são os seguintes: disputar uma vaga na Câmara Federal para tentar repetir a façanha da família Da Fonte, que em Pernambuco elegeu pai e filho deputados federais; recuar para um mandato de deputada estadual; ou, ainda, ser candidata a governadora, pois sustentaria com grande risco de insucesso no TRE a tese de que estaria ocupando um espaço que o filho tem direito, mas com Lucas pilotando o governo pelos laços sanguíneos estaria inelegível.
Quem conhece Ribeiro sabe que eles alimentam quase como obsessão essa chegada ao topo, pois ao pragmatismo de Aguinaldo tanto faz quem é protagonista e o que vale é ter a chave do cofre.
É uma situação confortável e ao mesmo tempo delicada. Os Ribeiros chegarão na cara do gol e precisarão de muito tato para consolidar a vitória de Lucas.
Outro caminho seria o vice-governador ficar no cargo e se abster da disputa, para que a mãe tente a reeleição.
Como exposto, são muitos os caminhos que Daniella pode seguir, mas qual só revelará quando tiver a certeza que o governador João Azevedo deixará mesmo o cargo para disputar o Senado.
EM TEMPO: Pela legislação eleitoral, Daniella é inelegível para qualquer cargo que não seja o de senadora, após a ascensão de Lucas ao governo, me diz um especialista em direito eleitoral.
Dércio Alcântara