O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) denunciou mais uma vez o ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PT), e seu irmão, Coriolano Coutinho, no âmbito da Operação Calvário. Eles são apontados como responsáveis por irregularidades na Loteria do Estado da Paraíba (LOTEP).
Além dos irmãos, também constam na denúncia apresentada nesta semana Pedro Patrício de Sousa Júnior e Alexandre Magno Cândido da Cruz. Segundo as investigações, Coriolano controlava a LOTEP, sendo um dos principais encarregados de coletar propinas em favor de Ricardo.
Os investigadores concluíram que o irmão do petista usava o poder do Estado para direcionar concessões de empresas sob a possibilidade de reincidir contratos já firmados para a exploração de jogos, incluindo demissão, desligamento ou inabilitações.
Além de usar de sua influência, Coriolano também é suspeito de extorsão. Um dos empresários ouvidos pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) revelou que foi obrigado a comprar produtos do investigado para não sofrer com represálias.
Segundo a nova denúncia, são dois crimes de extorsão: um cometido por Ricardo, Coriolano e Pedro Patrício contra Denylson Machado, que teria sido ameaçado obrigado a comprar trios elétricos, em mau estado de conservação, para a obtenção de vantagem econômica dos investigados.
Já a outra extorsão consiste na acusação da intimidação contra Daniel Gomes, para a extinção do contrato com a empresa Bilhetão, sob ameaça do fim do contrato entre a Cruz Vermelha do Brasil e o Governo do Estado.
Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na empresa que era responsável pelo Paraíba de Prêmios, os investigadores encontraram rascunhos que apontam o pagamento de propina a Coriolano Coutinho para cada sorteio.