O deputado federal reeleito e presidente do PL na Paraíba, Wellington Roberto, figura em levantamento feito pelo portal UOL como um dos parlamentares eleitos que se autodeclarou pardo ou negro nas Eleições 2022, mas é identificado como branco por banca de heteroidentificação racial — método usado para evitar fraudes nas cotas raciais contratada pelo veículo de imprensa.
Ao todo, conforme análise do site, 135 dos 513 parlamentares eleitos falam ser negros, entretanto, mais da metade deles, ou seja 51,1%, tiveram a autodeclaração contestada pela banca de heteroidentificação.
Os partidos de direita, grupo o qual Wellington faz parte, foram os que mais elegeram deputados federais autodeclarados negros. No total, PL, Republicanos, União Brasil e PP formam 57% dos eleitos deste grupo racial.
O grupo também detém a maioria dos casos de identidades raciais de seus eleitos contestadas pela banca de heteroidentificação. Entre eles estão o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); o segundo mais votado no Ceará, Júnior Mano (PL-CE); além do próprio Wellington Roberto (PL-PB), reeleito. Contatados por três vezes via e-mail e telefone pelo UOL, eles não responderam aos questionamentos da reportagem.
Sobre a banca
Liderada pela doutora em sociologia pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) Marcilene Garcia de Souza, a análise é baseada na portaria de 2018, do antigo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, que regula a checagem racial de cotistas negros em concursos públicos federais. Foram averiguados os fenótipos negroides das pessoas, ou seja, os detalhes físicos pelos quais elas são percebidas como negras. Por exemplo: pele escura, cabelos crespos ou encaracolados, lábios e nariz grossos.
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