O apressado come cru, mas Aguinaldo Ribeiro pode ser qualquer coisa, menos apressado. Tem olho grande, gosta de uma usura, mas usa capacete de gelo na cabeça e peca pela presunção, nunca pela falta de detalhamento minucioso dos objetivos.
Dito isso, me permito discordar de mim mesmo nessa análise da conjuntura que passo a expor abaixo.
Aguinaldo quis lançar a irmã ao governo, mas desistiu por falta de viabilidade, e daí passou a usar Daniella como o bode na sala, a ameaça iminente para garantir a vaga de candidato a senador.
Provido de inteligência aguda para muitas coisas como política e negócios, ou a simbiose dessas duas coisas, mas, desprovido de carisma porque não entrou nessa fila quando foi nascer e Daniella já tinha pego o carisma todo do pai só pra si, Aguinaldo titubeou e saiu à francesa impondo o sobrinho Lucas na vice e os dois suplentes de Pollyanna.
Acontece que, talvez por não ter se preocupado como devia com a proporcional, Aguinaldo hoje encontra-se com a sua reeleição ameaçada pelo jovem estreante na política Mersinho Lucena, filho do prefeito Cícero. É que o PP, segundo as projeções, só faz um federal e se a eleição fosse hoje Aguinaldo estaria dependendo das sobras para manter o mandato.
Como acho pouco provável a eleição de Pollyanna para o Senado, Aguinaldo corre o risco de assistir a prosperidade da irmã e senadora Daniella dentro grupo familiar, caso João se reeleja com Lucas na vice.
A Paraíba poderá assistir nesta eleição a queda de muitos medalhões, como já aconteceu no cenário nacional com Romero Jucá em Roraima e Eunício Oliveira no Ceará.
Pela gula e pela presunção, hoje as pesquisas mostram Aguinaldo Ribeiro apelando para escapar nas sobras, pois lá no PP a vaga de federal já tem dono: Mersinho Lucena.
Dércio Alcântara




