Uma matéria veiculada na Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (08) citou a Paraíba como principal impasse a ser resolvido na campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Nordeste.
Conforme o texto, o ex-presidente tem sinalizado apoio à pré-candidatura do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) ao Governo da Paraíba e ao ex-governador Ricardo Coutinho (PT) para o Senado, mas poderá ceder a apelos do seu principal aliado, o PSB.
Isso porque o governador João Azevêdo (PSB) também apoia Lula e o seu partido não descarta incluir a Paraíba no rol de acordos nacionais que poderá sair em troca de uma retirada da pré-candidatura de Márcio França (PSB) ao Governo de São Paulo.
Com a saída do apresentador José Luiz Datena do páreo, França pretende disputar uma vaga de senador por São Paulo. Assim, o PSB deve integrar a chapa de Fernando Haddad para o Palácio dos Bandeirantes, uma das prioridades nacionais do PT.
A Paraíba é o único estado do Nordeste que não foi visitado pelo ex-presidente Lula desde que ele retomou os direitos políticos.
Isso, no entanto, não impediu encontros de Lula com aliados da Paraíba. Em junho, durante passagem pelo Rio Grande do Norte, o petista teve encontros com João Azevêdo e com Veneziano e Ricardo.
A reunião mais enfática de aliança foi com Veneziano e Ricardo. Lula chegou a gravar um vídeo ao lado dos dois aliados, em sinalização de apoio à chapa MDB-PT.
“O ex-governador certamente será o futuro senador e o atual senador será possivelmente o futuro governador do estado. Todos vocês sabem que o PT está apoiando a candidatura de Veneziano e a de Ricardo Coutinho”, disse Lula na gravação.
Ricardo Coutinho atualmente está inelegível por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tomada em novembro de 2020 por abuso de poder político e econômico na eleição de 2014.
A defesa do ex-governador aposta em um recurso no STF para reverter a inelegibilidade. A relatora do caso é a ministra Cármen Lúcia.
“Será superado isso. Acredito que Ricardo terá a elegibilidade até a campanha ser iniciada. Confio nos fundamentos que a defesa do ex-governador fez. Ele deve ser candidato ao Senado”, avalia o senador Veneziano Vital do Rêgo.
João Azevêdo e Ricardo Coutinho estão rompidos politicamente desde 2019.
Azevêdo comandou uma supersecretaria que abrigava Meio Ambiente, Infraestrutura, Recursos Hídricos e Ciência e Tecnologia durante o governo de Ricardo Coutinho, de 2011 a 2018.
Em 2018, foi lançado candidato ao governo apadrinhado pelo então governador. Foi eleito pelo PSB, mesmo partido do antecessor.
Em novembro de 2019, Ricardo Coutinho foi alvo da Operação Calvário da Polícia Federal, que investiga supostos desvios de recursos da saúde, e chegou a ser preso preventivamente, mas solto após dois dias. O ex-governador tem reiterado que é inocente.
Um mês depois, João Azevêdo anunciou a saída do PSB para se filiar ao Cidadania.