A ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) reagiu à notícia sobre o reajuste salarial abaixo do esperado proposto pelo governo e manifestou sua “indignação” e “quebra desleal de compromisso”, em nota publicada na manhã de hoje.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) aprovou um reajuste de 5% para todos os servidores públicos federais a partir de julho. O custo para oferecer esse aumento para todo o funcionalismo será de R$ 6,3 bilhões em 2022 —ano em que Bolsonaro tenta a reeleição. Apesar da decisão, representantes de sindicatos e associações afirmam que o porcentual não repõe as perdas inflacionárias nos últimos anos.
“A ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) manifesta sua total indignação e repúdio à notícia de que o Governo Federal não cumprirá com o compromisso firmado pelo presidente da República de promover a reestruturação das forças policiais da União”, destaca um trecho do comunicado.
“Se a informação se confirmar, haverá uma quebra desleal do compromisso que será sentida ainda mais depois das diversas perdas sofridas pelos policiais federais durante este governo, que sempre teve entre suas bandeiras a segurança pública”, acrescenta.
O UOL questionou a ADPF que “compromisso” seria esse citado pela associação no comunicado e aguarda o retorno. A reportagem também entrou em contato com a Secom (Secretaria de Comunicação) da Presidência para um posicionamento.
Leia nota na íntegra:
A ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) manifesta sua total indignação e repúdio à notícia de que o Governo Federal não cumprirá com o compromisso firmado pelo presidente da República de promover a reestruturação das forças policiais da União. Associação, em comunicado.
Se a informação se confirmar, haverá uma quebra desleal do compromisso que será sentida ainda mais depois das diversas perdas sofridas pelos policiais federais durante este governo, que sempre teve entre suas bandeiras a segurança pública.
Até o presente momento, não houve nenhuma ação concreta de respeito ao policial federal que arrisca sua vida no cumprimento do seu dever e não tem nem mesmo assegurada a pensão integral por morte aos seus familiares, além de ter tido uma redução salarial considerável com o aumento da sua contribuição à previdência.
A ADPF não se opõe a quaisquer reajustes aos demais servidores públicos. No entanto, é preciso ressaltar que este Governo não está reconhecendo o sacrifício feito todos os dias pelos Policiais Federais que mesmo durante a pandemia continuaram atuando firmemente e batendo recordes de operações, ainda que com déficit de efetivo, trabalhando em constante sobreaviso, sem assistência psicológica ou sequer plano de saúde implantado.
A Polícia Federal e os policiais federais precisam ser valorizados e a segurança pública tratada efetivamente como prioridade e não objeto de discursos vazios ou um slogan de campanha.
Os Delegados Federais não aceitarão calados esse desrespeito!
UOL