O PSB vai indicar formalmente o nome de Geraldo Alckmin ao PT na primeira quinzena de abril para a formação da chapa com o ex-presidente Lula (PT). Este será o próximo passo para a confirmação do ex-governador paulista como candidato a vice do petista.
Dirigentes das duas siglas tiveram um encontro na última quarta-feira (23), após a cerimônia de filiação de Alckmin ao PSB. A ideia é que o comando do PSB organize conversas internas para confirmar a indicação de Alckmin e faça uma reunião com a cúpula petista nas primeiras semanas de abril, em São Paulo, para levar à legenda aliada o nome do ex-governador. A indicação já foi definida, mas o ato faz parte da chamada liturgia partidária.
Tanto dirigentes do PT como do PSB querem que esse rito ocorra nos primeiros 15 dias de abril, para permitir que a indicação formal ocorra antes do “lançamento da pré-candidatura” de Lula – o que deve ocorrer até o início de maio. Neste evento, o ex-presidente pretende lançar a chapa completa para a disputa eleitoral, incluindo o nome de Alckmin como vice.
Apesar de oficialmente os candidatos só serem definidos nas convenções partidárias, de 20 de julho a 5 de agosto, a maioria dos partidos já está em campanha aberta e conta, para isso, com a leniência da Justiça Eleitoral. As siglas têm usado, por exemplo, as propagandas partidárias para promover seus pré-candidatos, o que é uma burla à lei eleitoral.
Até o evento de “lançamento da pré-candidatura de Lula”, o PT deve avançar algumas casas em sua burocracia interna. A direção da sigla aprovou na quinta-feira (24) uma coligação com o PSB para a campanha presidencial, dentro das discussões de sua tática eleitoral.
Quando o nome de Alckmin for indicado oficialmente pelo PSB, os petistas pretendem convocar um encontro do partido para votar e aprovar o nome do ex-governador paulista como vice de Lula.
A maioria dos dirigentes do PT já apoia a chapa, mas a indicação formal e a aprovação fazem parte de um processo para contornar e vencer resistências internas que permanecem vivas no PT.
Na quarta-feira, Alckmin indicou que sua filiação daria início a uma articulação entre as direções dos dois partidos para a formalização da aliança. “[A entrada no PSB] encerrou uma etapa, que é a etapa da filiação. Agora se discute chapa”, declarou. “É um entendimento político, conversa que deve ser conduzida pelos partidos.”
Alguns dos principais nomes contrários a participação de Alckmin na chapa são os do deputado Rui Falcão (PT-SP) e do ex-ministro José Genoino (PT-SP), ambos ex-presidentes da sigla.