Em entrevista para a TV Brasil na noite dessa sexta-feira (11), o presidente Bolsonaro afirmou que se não houver “entendimento” das demais categorias de servidores públicos federais, o reajuste salarial prometido por ele para policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penitenciários só chegará em 2023.
Os policiais (em todas as esferas) fazem parte da categoria que mais apoiou Bolsonaro em seu processo de chegada à presidência da República, somando uma importante quantidade de votos nas eleições de 2018.
No final do ano passado, o Congresso Nacional aprovou o Orçamento Federal com reserva de R$ 1,7 bilhão para reajuste a carreiras da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
A previsão de recomposição salarial para essas carreiras provocou reações entre as demais categorias de servidores federais, que passaram a também reivindicar reajuste e ameaçar paralisações. Fiscais da Receita Federal chegaram a entregar cargosde chefia em protesto.
“Tem uma polêmica sobre que teríamos reservado — e é verdade — quase R$ 2 bilhões para conceder reposições à PF, à PRF e ao pessoal que trabalha no sistema penitenciário. Houve uma grita geral. Muitos servidores querem aumento também. Eu acho que todos merecem aumento, todos merecem realmente porque trabalham, mas a pandemia nos deixou numa situação sem recursos”, declarou Bolsonaro.
Após a afirmativa, ele complementou dizendo que a concessão do reajuste dependerá do “entendimento” das demais categorias do funcionalismo federal.
“Se houver entendimento por parte dos demais servidores — alguns ameaçam greve etc. — a gente pretende conceder essa recomposição aos policiais federais, rodoviários federais e aos agentes penitenciários. Se não houver entendimento, a gente lamenta e deixa para o ano que vem”, ressaltou.
Bolsonaro não consegue uma boa posição e segue atrás nas pesquisas eleitorais para presidência da República neste ano. Diante da pressão do funcionalismo, Bolsonaro foi aconselhado por membros do governo a recuar.